Um ataque suicida reivindicado pelo Al-Shabaab matou ao menos 15 pessoas em Mogadíscio, capital da Somália, na manhã de domingo (26) pelo horário local. As informações são do site local Garowe.
O alvo do terrorista foi um posto militar onde novos recrutas se apresentavam para ingressar nas forças armadas. No mesmo local funciona uma estação de treinamento usado na preparação justamente dos soldados encarregados de combater o grupo extremista.
Além dos 15 mortos confirmados pelo governo, mais de 20 pessoas ficaram feridas. O próprio grupo terrorista assumiu a autoria do ataque, embora não tenha mencionado o posto militar como alvo específico.
Nas últimas semanas, o Al-Shabaab tem intensificado suas ações na Somália. O ataque recente mais impactante do grupo atingiu o Hotel Hayat, em Mogadíscio, no dia 19 de agosto. Vinte e uma pessoas morreram, e desde então o presidente Hassan Sheikh Mohamud prometeu endurecer a luta contra a organização extremista.
O governo também tem reconhecido a importância do exército dos EUA na luta contra os insurgentes. Na semana passada, uma nota emitida pelo Ministério da Informação e Cultura da Somália fez elogios ao “compromisso” do presidente Joe Biden com o país africano no enfrentamento à violência da facção.
Em maio, Biden decidiu reenviar até 500 soldados de suas forças armadas à Somália, com a missão de ajudar o governo local a combater o Al-Shabaab. A medida serviu para reposicionar parcialmente tropas que deixaram o país durante o mandato do ex-presidente Donald Trump. Naquela ocasião, eram cerca de 700 norte-americanos dando apoio ao país africano.
Por que isso importa?
O Al-Shabaab, grupo extremista ligado à Al-Qaeda, chegou a controlar a capital Mogadíscio até 2011, quando foi expulso de lá pelas forças da União Africana. Atualmente, controla territórios nas áreas rurais da Somália e luta para derrubar o governo nacional, tendo inclusive se expandido para a vizinha Etiópia.
O grupo concentra seus ataques no sul e no centro da Somália. As atividades envolvem ataques a órgãos e oficiais do governo e a entidades de ajuda humanitária, além de extorsão contra a população local e proteção de terroristas internacionais que se escondem no país.
Um relatório do International Crisis Group (Grupo de Crise Internacional, em tradução literal), cuja meta é prevenir guerras em todo o mundo, diz que derrotar o Al-Shabaab é uma tarefa complexa devido à quantidade de seguidores em território somali, algo na casa dos cinco mil. Assim, a melhor estratégia para o governo somali seria a negociação
“Combinada com a disfunção e a divisão entre seus adversários, a agilidade dos militantes permitiu que se inserissem na sociedade somali”, diz o documento. “Há um crescente consenso nacional e internacional de que o Al-Shabaab não pode ser derrotado apenas por meios militares”.
O relatório, porém, afirma que a diplomacia não vem sendo considerada pelo governo. “Há pouco apetite entre as elites somalis ou os parceiros internacionais do país para explorar alternativas, principalmente conversas com líderes militantes”. E acrescenta: “A alternativa é mais luta sem um fim à vista”.
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