Combatentes do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental) mataram dois comandantes do Boko Haram na última sexta-feira (17) após invadirem um acampamento do grupo extremista rival na comunidade de Gaizuwa, no Estado de Borno, nordeste da Nigéria. As informações são do jornal local Guardian.
Os líderes, Abou Hamza (também conhecido como “Munzir”) e Abou Ibrahim (“Nakib”), foram executados em “operações silenciosas”, segundo relatou Zagazola Makama, especialista em contrainsurgência na região do Lago Chade.
Após a ação que culminou na morte de seus comandantes, fontes na região relataram que, em represália, o Boko Haram, historicamente ligado à Al-Qaeda, recrutou mais de 70 combatentes do eixo de Mafa, Karkut, Shiwai, lawe Kanuriye, Kirwa e Amtifur para executar ataques contra o ISWAP.
“No entanto, os terroristas do Boko Haram sofreram outro ataque pesado, que resultou na morte de um número não identificado deles”, detalhou Makama.
O analista observou que a nova ofensiva dos rivais históricos levou os insurgentes do Boko Haram a uma tentativa de fuga em diferentes direções. Alguns foram capturados e tiveram suas armas apreendidas.
Segundo Makama, após uma série de ataques nos últimos dois meses, os combatentes do Boko Haram estão atualmente em desordem e sem poder de fogo para enfrentar os militares nigerianos e a Força-Tarefa Conjunta Multinacional (MNJTF), uma coalizão de forças para combater o terrorismo na Bacia do Lago Chade.
Por que isso importa?
Historicamente a principal facção extremista islâmica da Nigéria, o Boko Haram passou a colecionar derrotas ultimamente, com a neutralização de seus líderes por parte das forças de segurança nigerianas e uma perda de terreno para o rival ISWAP.
Em junho do ano passado, militantes do grupo jihadista gravaram um vídeo no qual confirmaram a morte de Abubakar Shekau, seu notório ex-comandante vitimado justamente pela organização inimiga. Essas derrotas levaram o grupo se movimentar mais e, assim, chegar ao vizinho Níger, distante do enfrentamento com o exército nigeriano.
O ISWAP, por sua vez, foi formado em 2016 justamente por dissidentes do Boko Haram insatisfeitos com as decisões de Shekau. Atualmente, o grupo se concentra em alvos militares e ataques de alto perfil, inclusive contra trabalhadores humanitários. Os dois grupos jihadistas disputam o controle de Borno.
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