O governo de Uganda anunciou cinco mortes decorrentes do virus Ebola no país, com outras 19 mortes sendo investigadas e provavelmente atreladas à doença, vez que as características são semelhantes. As informações são da agência Reuters.
Ao confirmar os casos, o presidente Yoweri Museveni disse que não pretende decretar um bloqueio nacional, justificando que o Ebola é um vírus mais fácil de ser contido que o novo coronavirus, causador da pandemia de Covid-19.
“O governo tem capacidade para controlar este surto como fizemos antes. Portanto, não há necessidade de ansiedade, pânico, restrição de movimento ou fechamento de locais públicos”, disse o presidente em um pronunciamento televisionado.
Entretanto, o surto gera o temor de uma grave crise de saúde no país africano, vez que as vacinas atuais tendem a ser ineficazes contra a cepa do Sudão que atualmente atinge a população.
O problema já havia sido identificado pela OMS (Organização Mundial da Saúde da ONU) na semana passada, e desde então os casos aumentaram.
É a primeira vez em mais de uma década que a cepa sudanesa é encontrada em Uganda, que também viu um surto da cepa do Zaire do vírus Ebola em 2019.
Além das 24 mortes, existem outros 19 casos da doença registrados, com os pacientes em tratamento, de acordo com Museveni. Seis profissionais de saúde estão entre os infectados, sendo quatro médicos, um anestesista e um estudante de medicina.
“Uganda não é estranha ao controle efetivo do Ebola”, disse Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para a África. “Graças à sua experiência, foram tomadas medidas para detectar rapidamente o vírus e podemos contar com esse conhecimento para impedir a propagação de infecções”.
Vacinas ineficazes
As vacinas existentes contra o Ebola provaram ser eficazes contra a cepa do Zaire, mas não está claro se serão bem-sucedidas contra a cepa do Sudão, disse a OMS em comunicado. Outra vacina produzida pela empresa farmacêutica Johnson and Johnson pode ser eficaz, mas ainda não foi testada.
O Ebola é uma doença grave, muitas vezes fatal, que afeta humanos e outros primatas. Tem seis cepas diferentes, três das quais – Bundibugyo, Sudão e Zaire – já causaram grandes surtos.
As taxas de letalidade da cepa do Sudão variaram de 41% a 100% em surtos anteriores, sendo inferiores às da cepa do Zaire, que é também mais transmissível. A implantação precoce do tratamento de suporte mostrou reduzir significativamente as mortes, disse a OMS.
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