Somente nos últimos dois meses, autoridades das Filipinas fizeram 52 protestos diplomáticos contra ações de Beijing no Mar da China Meridional, que é alvo de disputas geopolíticas entre diversas nações asiáticas. As informações são da rede Bloomberg.
De acordo com porta-voz do ministério das Relações Exteriores filipino, Teresita Daza, as manifestações ocorreram em função de “incursões” e da “presença ilegal” de embarcações chinesas em área controlada por Manila, inclusive sob o argumento chinês de que realiza ali pesquisas científicas.
Quando assumiu o governo, o presidente Ferdinand Marcos Jr. sugeriu uma aproximação com Beijing, falando em abrir novas negociações para a exploração de petróleo e gás no Mar da China Meridional. No entanto, a expectativa de que as relações se tornariam menos tensas não se confirmou.
Os 52 protestos diplomáticos, concentrados em apenas dois meses, representam mais de 10% de todas as reclamações apresentadas ao longo dos seis anos de mandato do antecessor Rodrigo Duterte, que teve uma série de desacertos com Beijing por essas mesmas questões.
Disputa antiga
Filipinas e China reivindicam grandes extensões do Mar da China Meridional, que é uma das regiões mais disputadas do mundo. Vietnã, Malásia, Brunei e Taiwan também estão inseridos na disputa pelos ricos recursos naturais da hidrovia.
A China é acusada de avançar sobre a jurisdição territorial dos demais países construindo ilhas artificiais e plataformas de vigilância, além de incentivar a saída de navios pesqueiros para além de seu território marítimo. O objetivo dessa política é aumentar de forma gradativa a soberania chinesa no Mar da China Meridional.
No caso específico da relação entre Beijing e Manila, um momento particularmente tenso ocorreu em março deste ano, quando um navio da guarda costeira chinesa realizou “manobras de curta distância” que quase resultaram em colisão com um navio filipino.
Na ocasião, Manila alegou que o navio chinês desrespeitou a conduta náutica quando navegava próximo à ilha Scarborough Shoal, que fica na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) filipina, 124 milhas náuticas a noroeste do continente, e é alvo de disputa internacional.
Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Wang Wenbin disse à época que o país dele tem direitos soberanos sobre Scarborough Shoal. Entretanto, uma arbitragem internacional em Haia, em 2016, invalidou as reivindicações de Beijing sobre a hidrovia, pela qual passam anualmente cerca de US$ 3 trilhões em comércio marítimo.
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