O político britânico Nigel Farage, conhecido por seu apoio ao Brexit, agora se volta contra o primeiro-ministro inglês e antigo aliado, Boris Johnson. Farage é contrário às restrições contra a disseminação da Covid-19 no Reino Unido, que vive uma segunda onda do surto.
Segundo o político, os bloqueios foram a razão para o desperdício de “grandes quantias de dinheiro”, enquanto se mantém a esperança de uma “vacina milagrosa”, registrou a Reuters no domingo (1).
“O que vimos nesta pandemia foi um fracasso total da liderança em quase todos os níveis”, disse Farage em entrevista. Agora o político quer renomear o pequeno Partido Brexit para o Partido da Reforma do Reino Unido.
Johnson determinou um lockdown nacional a partir do último sábado (31) para tentar manejar a sobrecarga do sistema de saúde britânico.
Com mais de um milhão de casos, o Reino Unido se aproxima das 47 mil mortes – o maior número da Europa – em decorrência da doença.
De acordo com Farage, apenas a população de risco deve ficar em quarentena. “Não devemos criminalizar as pessoas comuns por tentarem viver uma vida normal”, disse. “O resto deve, com boas medidas de higiene e uma dose de bom senso, seguir em frente”.
Anti-establishment
Apoiador de Donald Trump, Farage trabalhou na Bolsa de commodities de Londres. Como político, rejeitado pelo establishment britânico e apoiado por nomes eurocéticos do mercado financeiro.
Com atuação entre aqueles que não concordam nem com os conservadores e nem com os trabalhistas convencionais, o político forçou o movimento pelo referendo ao Brexit em 2013 e se apresenta como uma “alternativa” à política britânica.
Em período de transição, o Reino Unido deixa a União Europeia em definitivo a partir de janeiro.
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