O governo do Turcomenistão, país da Ásia Central que não registra de maneira oficial os casos de Covid-19, proibiu viagens pelo país até janeiro, informou a Radio Free Europe na terça (3).
A população só poderá realizar viagens de emergência após a análise de uma comissão especial. As autoridades não ofereceram justificativa para a decisão.
Desde o dia 31 o país não realiza testes de Covid-19, cujos resultados viabilizavam o trânsito pelo país. A decisão deve atingir pessoas que residem em cidades próximas à capital, Ashgabat, e se deslocam todos os dias para trabalhar, disseram fontes.
Desde o início da pandemia, o Turcomenistão não registrou sequer um caso de contaminação pelo novo coronavírus. Ao lado de micronações no Pacífico e da Coreia do Norte, são os únicos a alegarem não haver registro da doença.
O país também é vizinho do Irã, que já soma cerca de 655 mil casos e quase 37 mil mortes – sob vários indícios de subnotificação.
Em abril, o presidente Gurbanguly Berdymukhammedov proibiu o uso da palavra “coronavírus” entre a população e publicações oficiais e da mídia estatal.
De acordo com correspondentes da RFE no Turcomenistão, os 5,8 milhões de habitantes convivem com o sistema de saúde sobrecarregado de pacientes com “sintomas semelhantes aos da Covid-19″.
Em julho, a OMS (Organização Mundial da Saúde) exortou o país a tomar medidas efetivas para enfrentar a doença.
Com um forte impacto no sistema fúnebre, corpos de mortos são entregues a seus parentes em sacos plásticos especiais e o número de sepulturas aumenta exponencialmente.
O Turcomenistão é um dos países mais fechados do mundo. No poder desde 2007, Berdymukhammedov atua com mão de ferro sobre as reservas de gás natural do país e repreende qualquer tentativa de liberdade de imprensa ou contato externo.
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