As acusações de fraude eleitoral na Guiné não impediram Beijing de oferecer apoio ao presidente reeleito pela terceira vez, Alpha Condé, nesta segunda (9).
A riqueza guineense em minério de ferro e bauxita, usados na fabricação de aço e alumínio – produtos de alta demanda na China –, é o principal elo entre os dois países.
“Estamos prontos para trabalhar ao lado da Guiné”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, registrou a Reuters.
Além da parceria comercial, a China é a principal credora da Guiné. Em 2017, Beijing aceitou emprestar US$ 20 bilhões ao longo de duas décadas em troca de concessões de bauxita do país da África Ocidental.
O maior produtor de aço chinês, Baowu Group, também pretende investir na mina de ferro Simandou, na Guiné, e desenvolver um depósito com outras siderúrgicas.
Mas mesmo com o apoio econômico chinês, parte da população não aprova a reeleição de Condé. O pleito, realizado no dia 18, desencadeou uma série de protestos e disputas de oposicionistas com o atual governo.
Com uma manobra na legislação, Condé garantiu a sua concorrência ao pleito e sua vitória com 59,9% dos votos. Candidatos contrários contestam o resultado e já pediram a revisão do pleito.
A discussão foi encerrada com a decisão em última instância do Tribunal Superior de Guiné, no sábado (7). A corte decretou que a terceira eleição do presidente é constitucional, o que pavimenta o caminho para que o político de 82 anos permaneça no cargo até 2026.
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