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quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Agência atômica da ONU defende presença permanente em Zaporizhzhya, na Ucrânia

Um grupo de especialistas em energia atômica da ONU chegou à Zaporizhzhya, na Ucrânia, na quarta-feira (31), para conduzir um trabalho de avaliação na usina nuclear da cidade. O anúncio foi feito em entrevista concedida pelo diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi.

O chefe da agência afirmou que há muito trabalho técnico a ser feito, destacando a necessidade de avaliar a situação, verificar o funcionamento dos sistemas de segurança e conversar com a equipe. Disse ainda que a questão é bastante complicada, já que a usina está sob controle de tropas russas desde o início do conflito na região. A operação segue sendo executada por funcionários ucranianos.

A expectativa de Grossi é de que a AIEA tenha “presença permanente” ou prolongada na instalação. Ele afirmou que trabalhará com as equipes no terreno para esse fim e que o entendimento da ONU (Organização das Nações Unidas) é o de que a instalação é ucraniana.

Usina nuclear de Zaporizhzhya, na Ucrânia (Foto: Wiklimedia Commons)

Nesta visita, ele afirma que a equipe da AIEA ficará “alguns dias”, sem especificar a duração da missão. E adicionou que a base legal da estadia no local é o acordo com a Ucrânia.

Questionado se a desmilitarização da Zaporizhzhya seria possível, o chefe da AIEA avalia que dependerá de “vontade política” dos países envolvidos no conflito, “especialmente a Federação Russa”, que tem suas tropas no local. No entanto, ele reforçou que o papel da presença da agência na instalação é técnica e tem o objetivo de evitar um acidente nuclear na maior usina nuclear da Europa.

Rafael Grossi lidera pessoalmente a missão na Zaporizhzhya, que conta com 13 especialistas. Segundo ele, os peritos da AIEA avaliarão os danos como uma questão de prioridade e verificarão se os sistemas de segurança continuam funcionando.

Na terça-feira (30), em coletiva de imprensa em Nova York, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric disse que a missão deve cruzar a linha de frente do conflito com equipamento especial e que a ONU presta assistência aos inspetores com logística e segurança.

Os detalhes não foram apresentados, mas Dujarric afirmou que as partes que controlam o território onde a missão ocorrerá também devem ser responsáveis por sua segurança.

Ao chegar ao país, na terça (30), o chefe da AIEA se reuniu com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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