Israel disparou um alerta para todas as suas embaixadas e missões diplomáticas mundo afora. O temor surgiu após a divulgação de ameaças de ataques do Irã, em resposta à prisão de um suspeito de planejar atentados contra empresários israelenses no Chipre, em 27 de setembro. As informações são da agência MercoPress.
A tensão entre os países se agravou depois que o gabinete do primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, culpou o Irã pela tentativa de assassinato do bilionário israelense Teddy Sagi, no Chipre, na semana passada. A polícia cipriota prendeu um suposto agressor, que estava em posse de uma arma e munição. Após o incidente, diplomatas israelenses foram avisados para permanecer em alerta máximo.
“Este foi um incidente terrorista dirigido pelo Irã contra empresários israelenses que vivem no Chipre”, disse Matan Sidi, porta-voz de Bennett, em uma declaração repercutida pela agência Reuters.
O Irã, que nega a acusação, tem histórico de protagonizar ameaças contra israelenses e missões diplomáticas do país nos últimos anos. Em março, o Conselho de Segurança Nacional alertou os israelenses de que eles poderiam ser alvos da República Islâmica no exterior.
A polícia do Chipre, por sua vez, diz não acreditar no suposto envolvimento de Teerã no episódio e adota outra linha de investigação. As auoridades entendem que o magnata Sagi não seria o alvo do suspeito detido, e sim, membros da empresa de games de propriedade de Sagi, a Playtech, que tem escritórios na capital Nicósia. Mesmo assim, outros empresários potencialmente alvos de terroristas foram avisados pela Inteligência israelense e deixaram o país.
O suspeito do atentado responde por 11 acusações, incluindo atividade terrorista, tentativa de homicídio, filiação a organização criminosa, conspiração e entrada ilegal no país. Ele não teve o nome revelado pelas autoridades e nega qualquer ligação com o Irã.
O chefe do Exército israelense, Aviv Kohavi, declarou na terça-feira (5) que o país continuará suas operações “para destruir as capacidades do Irã”, incluindo seu programa nuclear.
Drones iranianos
Em meio a um cenário turbulento, o Conselho Nacional de Resistência do Irã (NCRI, da sigla em inglês), um grupo de oposição no exílio, alertou que a Força Quds, braço de operações no exterior da Guarda Revolucionária do país (IRGC), responsável pelas polêmicas operações do Irã no exterior, tem usado cada vez mais drones como principal meio de transporte aéreo.
O NCRI alega que as aeronaves não tripuladas são produzidas em oito fábricas no Irã, frequentemente usando materiais contrabandeados do exterior. Posteriormente, os drones são enviados para países como Iraque e Síria, onde são montados e então entram em uso.
Em agosto, Teerã foi acusada de ter atacado com um drone explosivo um navio-tanque de propriedade japonesa e com bandeira da Libéria no Golfo do Omã, administrado na ocasião pela companhia israelense Zodiac Maritime. Um tripulante britânico e um romeno morreram. À época, Israel ameaçou “empreender uma ação militar” como retaliação.
Raros ataques na América do Sul
Ataques terroristas contra instalações israelenses ou membros da comunidade judaica na América do Sul ocorreram apenas duas vezes na história. Ambos os casos foram registrados em Buenos Aires, na Argentina: em 1992, com a explosão da embaixada, e em 1994, quando um prédio pertencente a uma associação judaica de assistência social (AMIA) também foi atacada por explosivos.
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