A Nigéria anunciou na última sexta-feira (22) a morte do novo líder do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental), grupo terrorista que é responsabilizado por centenas de mortes no país e em nações vizinhas da África Ocidental. As informações são da agência catari Al-Jazeera.
De acordo com Babagana Monguno, conselheiro de segurança nacional da presidência nigeriana, Malam Bako, que recentemente havia assumido o comando da organização jihadista, foi neutralizado na semana passada. O anúncio chega uma semana após o governo nigeriano ter anunciado a morte de Abu Musab al-Barnawi, o antecessor de Bako no comando do ISWAP.
Bako teve rápida ascensão depois da morte de Abubakar Shekau, comandante da facção rival Boko Haram. Nomeado em agosto membro da Shura, a assembleia consultiva do ISWAP, ele logo se tornou o número 2 do grupo extremista.
Entretanto, as mortes de al-Barnawi e Bako não foram confirmadas pelo próprio ISWAP, o que ainda levanta dúvidas quanto à informação. Isso porque as forças de segurança nigerianas já anunciaram a morte de líderes extremistas que mais tarde apareceram vivos. Aconteceu com o próprio Shekau, dado como morto diversas vezes até morrer de fato em junho deste ano, ao detonar um explosivo contra si próprio durante confronto com o ISWAP.
Derrota no Baluchistão
Em outro revés para o Estado Islâmico (EI), o Departamento de Contra-Terrorismo (CTD, da sigla em inglês) do Baluchistão anunciou ter matado 15 pessoas supostamente ligadas ao grupo terrorista entre sexta-feira (22) à noite e sábado (23). As informações são da rede paquistanesa Samaa.
Primeiro, nove extremistas teriam sido mortos num esconderijo em Masting, após denuncia de um dos informantes do CTD. Na troca de tiros que se seguiu à ação inicial, mais seis terroristas teriam sido neutralizados. Grande quantidade de explosivos, armas e munição foram apreendidas pelas autoridades.
Por que isso importa?
O ISWAP foi formado em 2016 por dissidentes do Boko Haram insatisfeitos com as decisões do ex-líder Abubakar Shekau. Atualmente, o grupo ligado ao EI se concentra em alvos militares e ataques de alto perfil, inclusive contra trabalhadores humanitários. Os dois grupos jihadistas disputam o controle do estado de Borno, no nordeste da Nigéria.
Mais de 40 mil pessoas morreram no conflito da Nigéria, e cerca de mais dois milhões de pessoas foram deslocadas de suas casas pela violência.
Jovens sem perspectiva acabam entrando nos grupos jihadistas como uma forma de sustento, ao mesmo tempo em que crescem no país os sequestros por resgate. Desde dezembro, o país registrou seis sequestros em massa de crianças em idade escolar e estudantes universitários.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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