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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

EUA citam ‘segurança nacional’ e proíbem China Telecom de fornecer serviços no país

O governo dos Estados Unidos, através da Comissão Federal de Comunicações (FCC, da sigla em inglês), anunciou na terça-feira (26) que a empresa chinesa China Telecom está proibida de atuar em território norte-americano. Em seu relatório, o órgão afirma que a decisão é uma questão de “segurança nacional”.

“Promover a segurança nacional é parte integrante da responsabilidade da Comissão, com vistas ao interesse público, e a ação de hoje leva a cabo essa missão de salvaguardar a infraestrutura de telecomunicações do país de potenciais ameaças à segurança“, diz o documento.

China Telecom: órgão regulador federal proibiu empresa de atuar nos Estados Unidos (Foto: bfishadow/Flickr)

Ao justificar a decisão, a comissão ressalta que a empresa é subsidiária de uma estatal chinesa, o que a coloca sob o guarda-chuva do Partido Comunista Chinês (PCC). Assim, a China Telecom estaria sujeita a “exploração, influência e controle do governo chinês, e é altamente provável que seja forçada a cumprir pedidos do governo chinês sem os procedimentos legais suficientes”.

A FCC é ainda mais específica ao justificar a decisão, deixando claro o temor de que Beijing use a empresa para espionar Washington. Nesse sentido, cita a possibilidade de a China “acessar, armazenar, interromper e/ou desviar as comunicações dos EUA”.

A China Telecom opera nos Estados Unidos há cerca de duas décadas e, segundo a FCC, teve a oportunidade de dissuadir o órgão, mas falhou nesses sentido. Agora, terá um prazo de 60 dias para encerrar as atividades, e os consumidores afetados pela decisão receberão um guia com as opções para substituir a provedora de serviços.

“A decisão da FCC é decepcionante”, disse um porta-voz da China Telecom à rede norte-americana CNN. “Planejamos buscar todas as opções disponíveis enquanto continuamos a servir nossos clientes móveis”.

Por que isso importa?

A cruzada do governo norte-americano contra empresas chinesas de telecomunicações remete ao governo do presidente Donald Trump. Em janeiro, a bolsa de valores de Nova York retirou de circulação ações de três companhias, entre elas a China Telecom. A determinação foi em cumprimento a uma ordem executiva proibindo os norte-americanos de investirem em empresas que o governo local suspeita terem relação com o exército da China.

No mesmo período, Trump suspendeu as licenças de venda a fornecedores da Huawei, e incluiu a fabricante de celulares Xiaomi na lista de sanções do país. A notificação barrou diversas empresas norte-americanas de trabalhar com peças produzidas pelos chineses, sendo uma das mais afetadas a fabricante de chips californiana Intel.

O veto a empresas chinesas tem sido particularmente duro na disputa pela nova rede 5G. A Huawei, uma das candidatas a implantar os serviços em todo o mundo, passou a ser rejeitada por inúmeros países, preocupados justamente com a possibilidade de o governo chinês fazer uso da tecnologia de maneiras escusas.

No 5G, os riscos de segurança são mais elevados em relação, por exemplo, à atual rede 4G. Isso porque a nova tecnologia incorpora softwares responsáveis por um processamento dos dados pessoais dos clientes e outras informações confidenciais.

A decisão de utilizar ou não a Huawei nas redes móveis põe a Europa no fogo cruzado da intensa pressão dos Estados Unidos para banir o grupo. Washington alega potencial de vazamento de dados e outras brechas de segurança em benefício do governo chinês.

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