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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Ataque do EI no Iraque termina com a morte de 11 ‘civis indefesos’, diz governo

Militantes do Estado Islâmico (EI) realizaram um ataque armado contra o vilarejo de al-Hawasha, na província de Diyala, no Iraque, na terça-feira (26). De acordo com relatório do Comando de Operações Conjuntas iraquiano, a ação terminou com a morte de 11 “civis indefesos”, informou a agência catari Al Jazeera.

A polícia local informou que os extremistas usaram veículos e armas semiautomáticas no ataque. A agência Associated Press informou que dois moradores do vilarejo haviam sido sequestrados anteriormente. Como a exigência de resgate não foi atendida, os jihadistas realizaram o ataque, tendo como alvo somente os civis.

Barham Salih, presidente do Iraque, comentou o ataque em sua conta no Twitter. “O incidente terrorista covarde contra nosso povo em Diyala é uma tentativa desprezível de desestabilizar o país e é um lembrete da necessidade de unificar as fileiras, apoiar nossos serviços de segurança, fechar brechas e não subestimar a ameaça do EI e a importância de dar continuidade ao esforço nacional para erradicar seus remanescentes em toda a região”.

Líder extremista detido

Recentemente, o governo iraquiano anunciou a prisão do terrorista Sami Jasim, figura proeminente do EI. No passado, Jasim foi braço direito do antigo líder do grupo extremista Abu Bakr al-Baghdadi, morto na Síria em 2019. Desde então, era o principal responsável pelas finanças da facção.

Jasim, que é iraquiano de nascimento, é apenas o segundo líder do EI capturado vivo. A morte dele chegou a ser anunciada pelas forças de segurança do Curdistão em 2016, mas a informação foi posteriormente desmentida, segundo a rede norte-americana CNN. Então, os EUA anunciaram uma recompensa de US$ 5 milhões pela captura do terrorista, sob a justificativa de que ele era peça central na estruturação financeira dos jihadistas.

Cidade de Al-Mujadad, na província de Diyala. no Iraque, em 2009: foto meramente ilustrativa (Foto: DFAT/Flickr)

Por que isso importa?

Nos últimos anos, o EI se enfraqueceu financeira e militarmente. Em 2017, o exército iraquiano anunciou ter derrotado a organização no país, com a retomada de todos os territórios que ela dominava desde 2014. O grupo, que chegou a controlar um terço do Iraque, hoje mantém apenas células adormecidas que lançam ataques esporádicos, quase sempre focados em agentes do governo e raramente contra civis. Já as Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos EUA, anunciaram em 2019 o fim do “califado” criado pela organização extremista no país.

De acordo com um relatório do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), publicado em julho deste ano, a prioridade do EI atualmente é “o reagrupamento e a tentativa de ressurgir” em seus dois principais domínios, Iraque e Síria, onde ainda mantem cerca de 10 mil combatentes ativos. O documento sugere, ainda, que o grupo teve considerável perda financeira recentemente, devido a dois fatores: as operações antiterrorismo no mundo e a má gestão de fundos por parte de seus líderes.

Paralelamente à derrocada do EI, a pandemia de Covid-19 reduziu o número de ataques terroristas em regiões sem conflito, devido a fatores como a redução do número de pessoas em áreas públicas. Entretanto, grupos jihadistas têm se fortalecido em zonas de conflito, e isso pode causar um impacto na segurança global conforme as regras de restrição à circulação são afrouxadas.

Esse cenário permitiu ao EI, particularmente, ganhar uma sobrevida, fazendo uso sobretudo do poder da internet. À medida em que as restrições relacionadas à pandemia diminuem gradualmente, há uma elevada ameaça de curto prazo de ataques inspirados no grupo fora das zonas de conflito. São ações empreendidas por atores solitários ou pequenos grupos que foram radicalizados e incitados através da internet.

Atualmente, o principal reduto do EI é o continente africano, onde consegue se manter relevante graças ao recrutamento online e à ação de grupos afiliados regionais, como o Boko Haram, da Nigéria. A expansão do grupo em muitas regiões da África desde o início de 2021 é alarmante e pode marcar a retomada de força da organização.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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