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quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Turquia prende seis ‘espiões’ acusados de planejar ataques a dissidentes chechenos

Um tribunal turco decretou a prisão de quatro cidadãos russos, um ucraniano e um uzbeque sob acusação de “espionagem militar e política”. Os seis acusados estariam ligados a supostos planos para atacar ativistas da oposição chechena residentes na Turquia. As informações são da agência Reuters.

Eles estavam detidos desde o dia 8 de outubro, quando foram levados sob custódia após uma operação policial realizada na capital Istambul e na cidade de Antália.

“Os suspeitos estavam preparando ações armadas contra dissidentes chechenos na Turquia e envolvidos na obtenção de armas e no planejamento desses atos”, noticiou a televisão estatal turca TRT Haber.

Uma reunião de trabalho em 2018 entre o presidente russo Vladimir Putin e o líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov (Foto: Kremlin/Divulgação)

A compra de armamentos serviria para atentados contra vozes críticas no país ao líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, fiel aliado do líder russo Vladimir Putin. Se condenados, os acusados podem pegar de 15 a 20 anos de prisão.

Espiões israelenses presos

Nesta quinta, a Turquia também anunciou a prisão de pelo menos 15 pessoas ligadas a um serviço de inteligência israelense, segundo a agência estatal Anadolu. As prisões foram decretadas a partir de uma investigação do Ministério Público de Istambul.

Os detidos são acusados de coletar informações e enviar documentos à agência de inteligência de Israel a partir de uma rede de cidadãos palestinos e sírios residentes na Turquia, que eram pagos por meio de transferências eletrônicas e pelo correio.

Por que isso importa?

A Rússia tem confiado a Ramzan Kadyrov a tarefa de estabilizar a Chechênia. Desde as duas guerras separatistas, em 1994 e 1999, Moscou age na região por meio do líder checheno, oferecendo generosos subsídios e rejeitando críticas internacionais em relação ao governo.

À frente da Chechênia há mais de uma década, Kadyrov é acusado frequentemente por grupos russos e internacionais de supervisionar os graves abusos cometidos contra minorais. A região foi palco do chamado “expurgo gay” em 2017, quando dezenas de homens homossexuais relataram terem sido sequestrados e torturados pela polícia.

“Os autores desses e de outros crimes, incluindo o chamado “expurgo gay” e as execuções extrajudiciais em massa cometidas em 2017, gozam de total impunidade”, diz a Anistia Internacional.

Em junho deste ano, o ministro do Interior da Chechênia, Akhmed Dudayev, chegou a dizer que “não existem” homossexuais no território: “Ativistas de direitos humanos tentam inventar algum tipo de minorias que não existem e nunca existiram aqui”, afirmou ele à época.

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