Dezenas de pessoas morreram num ataque suicida a bomba contra uma mesquita na província de Kunduz, no nordeste do Afeganistão, nesta sexta-feira (8). É o terceiro ataque semelhante ocorrido contra instituições religiosas do país nesta semana, de acordo com a agência Reuters.
O Estado Islâmico-Khorasan, grupo jihadista que faz oposição ao Taleban, assumiu a autoria do ataque. A organização já havia realizado um atentado igualmente violento na região do aeroporto de Cabul, durante o processo de retirada das tropas dos Estados Unidos e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Na ocasião, 182 pessoas morreram.
No ataque desta sexta, a informação inicial da agência estatal afegã Bakhtar era de que 46 pessoas morreram e 143 ficaram feriadas. Posteriormente, dois oficiais de saúde entrevistados pela Reuters informaram que o número de vítimas fatais era bem maior, entre 70 e 80. A mesquita é frequentada pela minoria xiita, alvo habitual dos ataques do grupo sunita EI-K.
Um vídeo da agência afegã publicado no Twitter mostra a destruição na mesquita logo após o atentado.
په کندز کې د چاودنې تازه جزئيات:
— Bakhtar News Agency (@BakhtarNA) October 8, 2021
د کندز په خان اباد بندر کې دنن ورځی په چاودنه کې ۴۶ ولسی وګړی په شهادت رسيدلی او۱۴۳ نور ټپيان شوي دی۔سيمه دامنیتی ځواکونو په کنټرول کی ده او څيړنی روانی دی.
حال په ویدیو کې… pic.twitter.com/iMiyExEWDf
Por que isso importa?
No Afeganistão, o EI-K tende a ser o principal opositor doméstico do Taleban. O grupo trata os talibãs como apóstatas, sob a acusação de que abandonaram a jihad por uma negociação diplomática. Isso tornaria válido o assassinatos de combatentes do Taleban, conforme a interpretação das leis islâmicas.
Militarmente, porém, a vantagem no Afeganistão é do Taleban, que fortaleceu seu arsenal durante e após a retirada de tropas estrangeiras do país e tende a agregar novos recrutas agora que governa o país. São cidadãos afegãos e mesmo estrangeiros que buscam proteção e meios para sobreviver.
O que distancia os dois grupos é a base ideológica. O Taleban é adepto de uma interpretação do Islã que defende a subserviência da mulher, proíbe muitas tecnologias e o entretenimento, aceitando apenas o conhecimento inspirado por Deus. Já o EI-K prega ideologia ultraconservadora do Islamismo sunita, apoiando a Sharia (lei islâmica) e castigos corporais. Acredita que o mundo deveria seguir os preceitos históricos do Islamismo.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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