Um ataque de rebeldes jihadistas deixou três soldados de Burkina Faso mortos e pelo menos nove feridos próximo à fronteira sul do país com a Costa do Marfim, na noite desta segunda-feira (25). As ações naquela região frequentemente são atribuídas a facções ligadas ao Estado Islâmico (EI) ou à Al-Qaeda, informou o site The Defense Post.
“Indivíduos armados não identificados atacaram uma unidade militar que protegia a área da comuna de Mangodara”, disse uma fonte de segurança à agência AFP, acrescentando que as tropas mataram seis combatentes inimigos durante o confronto.
Na semana passada, um policial armado foi ferido e um rebelde foi morto em um ataque perto de Tehini, também ao longo da fronteira de Burkina Faso com a Costa do Marfim. Já no dia 11 de outubro, dois soldados em patrulha morreram após a explosão de uma bomba caseira na cidade de Farakorosso.
Burkina Faso convive desde 2015 com a violência de organizações extremistas, insurgência que desencadeou uma crise humanitária na região. Grupos armados lançam ataques ao exército e a civis, desafiando também a presença de milhares de tropas francesas e de forças internacionais.
Os ataques de ambas organizações extremistas já resultaram na mortes de mais de 1,5 mil pessoas e forçaram mais de 1,3 milhão a fugir de suas casas.
Abusos contra civis
Grupos de direitos humanos que monitoram abusos cometidos por forças de segurança no conflito da região do Sahel africano, onde Burkina Faso, Mali e Níger lutam contra grupos terroristas ligados ao EI e à Al-Qaeda, relatam que há uma melhora nos índices de violência contra civis, informou a rede Voice of America (VOA).
Em comparação com 2020, o número de mortes entre a população civil causadas por militares teve redução vertiginosa em 2021. Números atualizados até 1º de outubro, segundo o Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED, da sigla em inglês), apontam que as mortes caíram 77% em Burkina Faso, 74% no Mali e 65% no Níger.
Organizações de direitos humanos acompanham as tendências de queda e analisam o momento. “Acreditamos que há uma combinação de fatores,
como a ação de grupos de direitos humanos, jornalistas e também pressões da comunidade internacional”, disse Corrine Dufka, diretora da Human Rights Watch para a África Ocidental.A terceirização de atividades militares para milícias apoiadas pelo governo também pode ser um aspecto que contribuiu para isso.
“Durante este período, a situação de segurança no Sahel continuou a piorar”, disse Andrew Lebovich, do Conselho Europeu de Relações Exteriores. “E então, acho que outra explicação possível é que as forças de segurança regionais estão patrulhando um pouco menos e fazendo um pouco menos operações onde estão realmente interagindo com as populações nas áreas rurais, especialmente”, acrescentou.
No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no país: Al-Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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