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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Em Camarões, escolas em áreas de conflito são abandonadas após ataques rebeldes

Professores e alunos abandonaram pelo menos 20 escolas em áreas de conflito de Camarões, na África Ocidental, afirmou a VOA Africa. As instituições, que permaneceram fechadas por quatro anos, fecharam as portas temendo uma série de ataques de grupos rebeldes.

No último ataque, na quarta (4), sete rebeldes invadiram uma escola na cidade de Limbe, no sudoeste do país. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, professores e alunos gritam por ajuda enquanto o grupo armado ordena o fechamento da instituição.

As regiões noroeste e sudoeste de Camarões sofrem com o avanço de grupos separatistas. No dia 24, militantes atacaram outra escola em Kumba, onde oito crianças morreram.

Autoridades camaronesas confirmaram que, desde o dia 19 de outubro, rebeldes mataram seis professores e incendiaram três escolas na região. Estima-se que 23 docentes tenham sido sequestrados.

“O governo garantiu que teríamos um esquema de segurança para garantir que as escolas de Camarões funcionem, mas nada foi feito e vemos todos os dias diversos ataques a alunos e professores”, desabafou a professora Lesslie Tabot.

Em Camarões, escolas em áreas de conflito são abandonadas após ataques rebeldes
Criança em escola primária em Camarões, em abril de 2014 (Foto: GPE/Stephan Bachenheimer)

Governo pede que crianças ‘enfrentem’ ataques

Em resposta, o governador da região noroeste, Deben Tchoffo, pediu que todos retornem às salas de aula. “Não é possível que tenhamos seguranças atrás de cada aluno”, disse ele.

Ao mesmo tempo, o presidente da União de Pais e Professores, Peter Ndikum, pedem que os alunos “enfrentem os ataques”. “A única maneira de fazerem história é não abandonando a sala de aula”, defendeu.

Em uma disputa pelo território desde 2017, os grupos separatistas exigem que as escolam permaneçam fechadas até que o governo camaronês retire as tropas da região.

O objetivo dos rebeldes é criar um estado independente, a Ambazônia, para falantes de inglês – separado de Camarões, onde a maioria fala francês.

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) expressou preocupação com a situação na sexta (6). Com sequestros e assassinatos de professores, crianças e adolescentes, Camarões já supera a marca de um milhão de estudantes fora da sala de aula.

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