O acordo fechado pelo Conselho e Parlamento da UE (União Europeia), na terça (11), deve ser só o primeiro capítulo de um longo debate. Além de viabilizar o pacote de gastos históricos de 1,8 trilhão de euros para 2021 a 2027, o bloco ainda precisa lidar com alguns empecilhos.
De acordo com o portal Politico, um fator que ainda atrasa a aprovação unânime do Orçamento é a resistência sobre o alinhamento dos financiamentos de recuperação da pandemia a práticas democráticas.
Sem o aval de todos os países do bloco para o orçamento dos próximos sete anos, não é possível avançar em nenhuma negociação.
Do novo fundo de recuperação de 750 bilhões de euros, pelo menos 672,5 milhões estão atrelados aos mecanismos de recuperação e resiliência – uma medida cobrada pela maioria dos países europeus para conter a onda de recuos democráticos no continente.
À frente das barreiras do processo está o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Obrán. Nacionalista, o político afirma que impôr o respeito ao Estado de direito é “igualar a UE à antiga União Soviética”.
Saúde, pesquisa e educação
Outro ponto de discussão do acordo da UE vem na esteira da Covid-19. Com a pandemia, o financiamento em saúde e pesquisa figurou nos primeiros lugares na lista de prioridades do Parlamento durante as negociações. O adicional foi de 3,4 bilhões de euros no programa de saúde.
Muitos deputados, no entanto, não julgam o valor suficiente. “É um acréscimo de 4 bilhões de euros após cortes massivos“, disse o secretário-geral da Liga de Universidades Europeias de Pesquisa, Kurt Deketelaere.
No início das negociações, cerca de 9,4 bilhões de euros haviam sido destinos à saúde. O processo terminou com 5,1 bilhões à pasta. “É uma decepção após uma campanha de dois anos”, lamentou Deketelaere.
Além desses valores, a presidência alemã do Conselho da UE concordou em destinar 15 bilhões extras a programas orçamentários nas áreas de saúde, pesquisa e educação.
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