Ao menos dez militares morreram e outros sete ficaram feridos em dois ataques terroristas no sul do Iêmen, na quarta-feira (22). Nenhum grupo assumiu oficialmente a autoria das ações, que o governo local atribui à Al-Qaeda. As informações são do site Swissinfo.
Um dos ataques matou cinco soldados do exército que serve ao governo iemenita reconhecido internacionalmente e que conta com o apoio de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita na luta contra os rebeldes houthis.
Segundo fontes militares, os agressores emboscaram um caminhão que viajava em direção à província de Abyan. Três soldados foram mortos no local, enquanto outros dois foram sequestrados e posteriormente executados pelos extremistas.
As outras cinco mortes foram registrada em um ataque contra as forças do sul do Iêmen, que contam com o suporte dos Emirados Árabes Unidos e também integram a coalizão que combate os houthis. O alvo foi uma base militar na cidade de Ataq, na rica província petrolífera de Shabua. Sete soldados foram feridos nessa ação.
Estado Islâmico (EI) e Al Qaeda tem forte atuação na região dos ataques e travam entre si uma violenta disputa por território, realizando também ataques contra as forças de segurança iemenitas.
Por que isso importa?
O Iêmen vive uma guerra civil que começou no final de 2014, após o grupo rebelde dos houthis, alinhado ao Irã, expulsar o governo da capital Sanaa. Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita interveio a favor dos antigos governantes, acusados de corrupção pelos militantes de oposição.
Desde 2021, os rebeldes têm intensificado os ataques com mísseis e drones contra empresas e órgãos governamentais sauditas, o que levou Washington a incluir o grupo em sua lista de grupos terroristas internacionais. Os houthis rejeitam a proposta saudita de cessar-fogo e exigem a abertura do espaço aéreo e portos do Iêmen.
A crise humanitária reflexo do conflito é uma das mais graves do mundo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Cerca de dois milhões de civis migraram para cerca de 140 alojamentos improvisados no meio do deserto. O acesso a alimentos e água potável é escasso.
Mais de 13,6 mil moradores já deixaram Marib temendo a onda de violência que pode se instalar na cidade. Há relatos de que os houthis recrutam menores – em especial crianças – para a linha de frente das batalhas e para esgotar as munições das forças adversárias.
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