Nos países desenvolvidos, 7% avaliam bem a condução das políticas antipandemia por seus governos, segundo pesquisa do instituto norte-americano Pew Research. O estudo foi publicado na última quinta (27).
A pesquisa também aponta que há um “efeito de divisão” desde o início da pandemia. Cerca de 46% sente uma unidade nacional mais forte agora, após o coronavírus. Para 48%, o efeito foi contrário: as pessoas estão cada vez mais divididas.
A pesquisa foi feita com entrevistas, realizadas entre 10 de junho e 3 de agosto, com mais de 14,2 mil adultos. Participaram Estados Unidos, Canadá, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Reino Unido, Austrália, Japão e Coreia do Sul.
Quem discorda da ação do governo durante a crise do novo coronavírus tende a ver o país mais dividido. Na Coreia do Sul, 74% veem a atuação das lideranças de forma negativa desde o início da pandemia – o país também figura entre os mais altos índices de percepção de erosão nacional.
Nessa categoria, os norte-americanos são os campeões: 77% dos consultados veem a unidade nacional “se dissolvendo” durante a pandemia.
Raízes ideológicas
A percepção de desgaste da unidade nacional tem raízes ideológicas, revela o estudo. Ou seja: quem aprova o governo avalia-o melhor.
Nos EUA, 76% dos republicanos aprovam as políticas de Donald Trump. Apenas um quarto dos democratas concordam com a atuação do presidente.
No Reino Unido, 55% dos britânicos de direita avaliam positivamente a liderança do primeiro-ministro conservador Boris Johnson. Apenas 26% da esquerda tem a mesma opinião.
Na Espanha, hoje liderada pelo Partido Socialista, 73% daqueles que se identificam à esquerda estão satisfeitos com a resposta do governo à pandemia. Na direita, são apenas 40%.
Impactos sociais
A pesquisa também observou diferenças de gênero: as mulheres disseram sentir os efeitos do vírus de forma mais aguda, seja pelo aumento do trabalho doméstico ou pelo fechamento de creches e escolas.
Em meio a conflitos bilaterais com efeitos na OMS, (Organização Mundial da Saúde), metade dos entrevistados acredita que a cooperação internacional teria reduzido o número de casos de Covid-19 nos seus países. Os mais jovens são mais propensos a ter esse ponto de vista.
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