Mergulhada em conflitos e com um sistema de saúde deteriorado pela pandemia, a Ucrânia deverá aprimorar seus mecanismos anticorrupção e compor com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para se recuperar da crise econômica deixada pela pandemia.
A exigência foi estabelecida pelo alto representante de relações exteriores UE (União Europeia), Josep Borrell, em viagem ao país, na terça (22). Segundo Borrell, a Ucrânia pode garantir até 1,2 bilhão de euros se trabalhar “de forma construtiva” com o Fundo.
“Estamos prontos para fornecer assistência macrofinanceira para limitar as consequências econômicas deixadas pelo coronavírus”, disse Borrell a repórteres, registrou a Reuters. “Mas a Ucrânia precisa se envolver de forma construtiva também com o FMI e com as condições sobre o estado de Direito nessa ajuda”.
A exigência vem na sequência das ameaças à independência dos órgãos policiais e jurídicos ucranianos, que sofrem interferência direta da Rússia. Travas nas reformas impediram um acordo de US$ 5 bilhões com o FMI, assinado ainda em junho.
A Ucrânia tem o apoio da UE desde 2014, quando protestos expulsaram o presidente, Viktor Yanukovitch, apoiado por Moscou. À época, a Rússia anexou a península da Crimeia, concedida à Ucrânia nos anos 1950, ao seu território.
O regime russo também apoiou demandas separatistas no leste do país, nas regiões de Donetsk e Lugansk, que se estendem há pelo menos seis anos. Desde então, o Ocidente tem pressionado a Ucrânia a acelerar reformas que a afastem da ingerência de Putin.
Anticorrupção
Para conter o colapso no sistema de saúde e econômico, Borrell também instou o país a aprimorar medidas anticorrupção. Ele negou, no entanto, a retirada da Ucrânia do regime de isenção de visto para a UE – por enquanto.
“Na última revisão que fizemos, em julho, a Ucrânia continuava a cumprir as condições para permanecer em vigor”, afirmou Borrell ao presidente ucraniano, o comediante Volodymyr Zelenskyy.
Para o representante de Bruxelas, será preciso “garantir a independência e eficácia do quadro anticorrupção e evitar a politização do trabalho em todas as agências de aplicação da lei.”
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