Um grupo de dissidentes exilados da Arábia Saudita anunciou nesta quarta (23) que negocia a formação de um partido pró-democracia. O objetivo é pressionar por uma reforma política no país, informou a Reuters.
Entre os membros do partido, denominado como Partido da Assembleia Nacional, estão Abdullah al-Awdah, chefe do grupo de direitos humanos saudita sediado no Reino Unido, o filho do pregador muçulmano Salman al-Awdah e outros acadêmicos.
A Arábia Saudita é governada em um sistema de monarquia absolutista, com fortíssima repressão e controle rígido por parte do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, líder de facto do país.
O maior exportador de petróleo do mundo, e parceiro ocidental de longa data, não tem Parlamento eleito ou qualquer partido político. Perseguições a jornalistas, oponentes e membros considerados inconvenientes da gigantesca família real são perseguidos de forma implacável.
Em 2007 e 2011, grupos tentaram se mobilizar politicamente no estado do Golfo, mas os membros foram presos. “O espaço para a política ficou bloqueado em todas as direções”, afirmou Abdullah. “Buscamos por uma mudança pacífica para combater a violência e repressão do Estado”.
Questionado, o governo saudita não respondeu à Reuters. Em outras ocasiões, contudo, as autoridades do país negaram qualquer denúncia de abuso ou violações a direitos humanos.
Irã na mira
Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), na última terça (22), o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz, pediu por “soluções abrangentes” para conter o Irã de obter armas nucleares.
“Nossa experiência com o regime iraniano nos ensinou que soluções parciais e apaziguamento não impedem suas ameaças à paz e segurança internacional”, afirmou.
Segundo o monarca, o Irã vai explorar o fim do embargo de armas da ONU para intensificar a sua rede de terrorismo. A Arábia Saudita, de maioria sunita, e o Irã, xiita, travam conflitos indiretos em países do Oriente Médio.
O local mais afetado é o Iêmen, onde a disputa entre as tropas oficialistas, financiadas por Riad, e o movimento Houthi, que recebe fundos do Irã, divide o país há cinco anos.
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