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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Amigo de Putin movimentava dinheiro sujo no Barclays, segundo documento

O amigo de infância do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e insider do Kremlin Arkady Rotenberg movimentou cerca de US$ 60 milhões (R$ 330 milhões) no banco europeu Barclays entre 2012 e 2016.

A informação é mais uma do escândalo bancário que envolve instituições financeiras em operações ilícitas em todo o mundo.

Documentos vazados descortinaram o esquema fraudulento durante uma investigação de 16 meses do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, com mais de 400 jornalistas ao redor do mundo.

Parceiro de Putin movimentou US$ 60 milhões ilícitos no Barclays
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em entrega de prêmio a cidadãos honoráveis ao executivo bilionário, Arkady Rotenberg, em outubro de 2013, no Kremlin (Foto: Gabinete do Presidente/Kremlin)

De acordo com a investigação, a empresa Advantage Alliance realizava as transações mesmo após as sanções contra Rotenberg impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Indiciado por envolvimento na anexação ilegal da Crimeia pela Rússia, em 2014, Rotenberg foi punido com o bloqueio do sistema financeiro internacional, informou a BBC.

Em julho, uma investigação no Senado dos EUA alegou que Rotenberg e seus irmãos utilizavam-se de peças de arte de luxo para escapar das sanções. A compra dos artefatos era mediada para Advantage Alliance e tinha como objetivo a lavagem de dinheiro.

Até a década de 1990, Rotenberg era um empresário desconhecido. Após a ascensão de Putin ao poder, tornou-se um bilionário conhecido em toda a Rússia. Os contratos com o Kremlin e com estatais aumentaram sua fortuna de forma exponencial, segundo a RFE.

O Barclays fechou uma conta da empresa de Rotenberg no final de 2016. Outra, supostamente do parceiro de Putin, permaneceu aberta até 2017. Nessa conta oculta estavam as ações e registros financeiros da empresa Ayrton Development Limited, sob investigação.

Os documentos vazados mostram que bancos globais movimentaram mais de US$ 2 trilhões em pagamentos suspeitos entre 1999 e 2017. Instituições como o JP Morgan, Deutsche Bank e HSBC ajudavam redes criminosas a mover, lavar e ocultar dinheiro em todo o mundo.

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