Autoridades de alto escalão do Sudão do Sul desviaram cerca de US$ 36 milhões desde 2016, denunciou a Comissão de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), na quarta (23).
De acordo com o relatório, as ações eram mediadas pela autoridade tributária nacional e tiveram conivência de corporações e bancos internacionais.
“Os órgãos do Sudão do Sul receberam auxílio de instituições financeiras multinacionais”, disse a presidente da Comissão, Yasmin Sooka. “Parte do dinheiro foi lavado com a compra de propriedades no exterior”.
Segundo Sooka, o valor pode ser ainda maior. “Isso é somente o que conseguimos rastrear e pode não refletir o quadro completo”, disse.
A denúncia vem a público menos de uma semana depois que o presidente, Salva Kiir, demitiu o ministro de Finanças, o chefe da arrecadação de impostos da Receita Federal e o diretor da empresa estatal de petróleo.
Motor do conflito
De acordo com Sooka, a corrupção em “escala épica” não é apenas uma ramificação da guerra que assombra o Sudão do Sul desde 2014, mas um dos principais motores do conflito.
“Em um extremo, as elites políticas lutam pelo controle do petróleo e dos recursos minerais do país. Do outro lado estão os soldados que têm a chance de sequestrar e estuprar mulheres no lugar dos seus salários. As barbáries são o dano colateral”, afirmou a presidente da comissão.
Desde 2014, os conflitos no Sudão do Sul já mataram mais de 380 mil. A produção de petróleo bruto representa mais de 90% da receita nacional.
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