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terça-feira, 22 de setembro de 2020

EUA teria condicionado reabilitação do Sudão a acordo com Israel

Em meio a impasse pelas indenizações às vítimas norte-americanas de terrorismo, os negociadores dos Estados Unidos pressionam o Sudão para estabelecer relações diplomáticas com Israel, informou o jornal “Financial Times” nesta segunda (21).

Em troca, os EUA oferecem a retirada de Cartum da lista de países que patrocinam grupos terroristas. A reabilitação sudanesa é fundamental para recuperar os investimentos econômicos no país.

“Os americanos estão vinculando a remoção da lista à normalização com Israel”, disse um funcionário sudanês à Financial Times, que não quis ser identificado. “Já ficou claro para o Sudão que o caminho para Washington passa por nós”, afirmou um servidor de Israel.

Em impasse com vítimas de terrorismo, EUA pressiona acordo entre Sudão e Israel
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o atual líder do governo de transição do Sudão, Abdel Fattah Burhan, em reunião na embaixada dos EUA em Cartum, em agosto deste ano (Foto: Embaixada dos EUA no Sudão/Alsanosi Ali)

No último dia 18 de agosto, o governo do Sudão demitiu um porta-voz que manifestou expectativa para a normalização nas relações entre o país e Israel. À época, o chanceler sudanês, Omar Qamar al-Din Ismail, afirmou que o servidor “não estava autorizado a falar pelo governo sobre essa questão”.

Na segunda (21), o chefe militar do governo de transição do Sudão, Abdel Fattah Burhan, viajou aos Emirados Árabes Unidos para tentar avançar nas negociações com uma equipe norte-americana.

A negociação faz parte de um pacote de acordos estimulado pelo presidente Donald Trump antes das eleições dos EUA, em novembro.

Desde o início de agosto, os Emirados Árabes Unidos e Bahrein estabeleceram relações diplomáticas com Tel Aviv. Agora, há chance de Omã e Marrocos seguirem o mesmo caminho. Os conflitos entre os Estado Judeu e a Palestina tornam a questão complexa.

Se Sudão deixar o rol dos países que patrocinam o terrorismo, os EUA se comprometem a auxiliar no pagamento da dívida externa sudanesa, que ultrapassa os US$ 60 bilhões.

“Remover o Sudão [da lista] cria um bom ambiente para investimentos”, disse o ministro interino das Finanças, Hiba Mohamed Ali, à agência estatal. O acesso a empréstimos multilaterais também está entre os objetivos, de acordo com o ministro.

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