A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, anunciou, nesta quinta (17), a renúncia de sua chapa à disputa presidencial. A decisão seria forma de conter o avanço do candidato de Evo Morales, Luis Arce.
Na pesquisa publicada pela Fundação Jubileu na última quarta (16), Arce possuía 40,3% das intenções de voto. Com 10 pontos percentuais à frente do segundo colocado, o ex-presidente Carlos Mesa (26,2%), o aliado a Morales poderia ganhar as eleições ainda no primeiro turno.
O objetivo de deixar a disputa, segundo Áñez, é não dividir os eleitores da direita boliviana para dificultar a vitória de Arce, candidato do MAS (Movimento para o Socialismo), já no primeiro turno.
Ex-ministro da Economia do governo de Morales, Arce é uma chance para o ex-governante da Bolívia, hoje exilado na Argentina, retornar ao país.
Entre idas e vindas, as eleições presidenciais da Bolívia estão agendadas para o dia 18 de outubro. O país está mergulhado em protestos e na crise deixada pela pandemia do novo coronavírus.
Quebra de expectativas
Com inúmeros problemas de gestão e uma população polarizada, a candidatura de Áñez era promissora até o início da pandemia.
Na intensificação da crise, contudo, a presidente interina desceu para o quarto lugar na pesquisa da Fundação Jubileu. Apenas 10,6% dos eleitores disseram votar na presidente interina.
O MDS (Movimento Democrático Social), à direita foi um dos protagonistas na pressão para a renúncia de Morales, removido do cargo em novembro de 2019.
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