A partir de dezembro, as trocas financeiras da Etiópia deverão ter a nova moeda de 200 birr etíopes, valor que equivale a US$ 5,50 (R$ 30,07). Ao mesmo tempo, as notas de cinco, 10 e 100 birr serão retiradas, informou o portal Quartz Africa.
Com a deterioração da economia do país abalada por uma série de protestos violentos e a pandemia da Covid-19, o governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed pretende conter o acúmulo de dinheiro e barrar atividades de comércio ilegal e fluxos financeiros ilícitos.
Em agosto, a taxa de inflação do país chegou a 20% e já afeta a renda dos 109 milhões de habitantes. Em consequência, o Banco Mundial reduziu a expectativa de crescimento etíope em até 7,2%.
As novas notas já estão sendo impressas e deverão ser substituídas em 90 dias. Estima-se que os gastos de impressão demandem US$ 97 milhões.
Para bancos, demanda é antiga
A reivindicação da Associação de Bancos da Etiópia para uma mudança na moeda já é antiga. “O dinheiro fora do sistema bancário aumentou, e isso afeta a liquidez dos bancos comerciais”, disse Abiy em nota. De acordo com a equipe do premiê, mais de 113 bilhões de birr etíopes estão fora do sistema bancário formal.
Além das notas de 200, o país também quer introduzir notas de 500 e 1000 birr etíopes. “Embora a troca seja cara, ela é essencial para a economia“, disse o economista Wasihun Belay à Quartz Africa.
Com um grande setor informal, a maioria das transações etíopes se baseia em dinheiro vivo. Como uma forma de contenção desses movimentos, o Banco Nacional introduziu limites de retirada de dinheiro em agosto. “A introdução de uma nova moeda é fundamental para reduzir as transações em dinheiro”, disse o diretor da instituição, Yinager Dessie.
Mas ainda que, em termos econômicos, a desmonetização seja uma estratégia para aliviar a inflação, há grandes riscos neste movimento, dizem especialistas. Com uma população vulnerável e alta incidência de extrema pobreza, a troca pode provocar incerteza no mercado local.
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