Conhecidas como local de férias dos famosos, as ilhas paradisíacas do Oceano Índico de Vamizi e Mecungo são agora “propriedade” do grupo extremista autodenominado Estado Islâmico.
De acordo com o tabloide inglês “The Sun”, os militantes invadiram e incendiaram resorts de luxo, impuseram a sharia, lei islâmica, e expulsaram os moradores locais da região.
“Eles chegaram à noite e disseram para correr se quiséssemos viver”, disse um dos moradores de Mecungo. “Todo mundo saiu da ilha”, completou. Em Vamizi, o grupo queimou cabanas de praia e incendiou carros de safári.
As ilhas estão fechadas para turistas desde o início da pandemia.
Os insurgentes têm uma forte capacidade marítima, disse a diretora do Consórcio de Analistas e Pesquisadores em Terrorismo da África, Jasmine Opperman. “Essa capacidade está evoluindo rapidamente. Eles estão isolando a região por terra e mar e exercendo o seu domínio”, afirmou.
Região disputada
A ilha de Vamizi fica próxima a cidade portuária de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, em Moçambique. O EI tomou o local rico em gás natural em 12 de agosto. Além de Mocímboa da Praia, o EI estabeleceu uma rede de ataques a diversas cidades do país para recrutar novos membros.
A proximidade com a fronteira da Tanzânia torna o local um ponto estratégico para o EI. Estima-se que mais de 1,5 mil pessoas foram mortas e 250 mil se deslocaram desde a insurgência dos extremistas no local, em 2017.
Os ataques se intensificaram neste ano depois que o grupo paramilitar Ahulu Sunnah Wa-Jama jurou fidelidade ao EI.
As ilhas de Tamizi e Mecungo são conhecidas por receber celebridades como o ator Daniel Craig, o cantor Bono Vox, o jogador de futebol Cristiano Ronaldo e o príncipe Albert de Mônaco.
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