Pressionadas para a formar um novo governo após a explosão do porto de Beirute, lideranças no Líbano não conseguiram cumprir o prazo estipulado pela França, antiga metrópole e principal fiadora do país na comunidade internacional, e alcançar um acordo.
Em visita a Beirute no último dia 1, o presidente francês Emmanuel Macron sugeriu uma série de reformas para combater a inflação, o abismo econômico na sociedade libanesa e o desabastecimento.
Sem governo no prazo estabelecido, na quarta (16), Macron lamentou a incapacidade das elites de Beirute em tomar medidas frente à situação dramática do país. “Continuamos a acompanhar o Líbano de perto e buscar líderes políticos“, disse o presidente francês, em nota.
O motivo para o descumprimento do prazo está na resistência dos políticos xiitas e sunitas a integrarem o novo plano de governo do recém-empossado primeiro-ministro, Mustapha Adib.
Fontes informaram à Al-Jazeera que o novo premiê tentou mudar o controle dos ministérios para trabalhar no roteiro sugerido pela França.
A nomeação, no entanto, tropeça nas mais variadas objeções de membros do grupo xiita Hezbollah, metade partido, metade grupo terrorista. Para o grupo, pastas como o Ministério das Finanças devem ser de um xiita.
Sem governo, o Líbano vê o aprofundamento da crise econômica e social que já se desenrola há anos. O Estado está em moratória de sua dívida externa, com inflação e desabastecimento em alta, instabilidade política e a maior concentração per capita de refugiados do mundo.
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