O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, apelou para que a vacina contra a Covid-19 seja universal. “Só estaremos seguros se todos estivermos”, afirmou, em entrevista ao portal de notícias da organização na última terça (15).
Guterres refere-se ao grupo de países ricos que já reservou 2,7 bilhões das 5,3 bilhões de doses em produção. De acordo com a RFI, o grupo – no qual estão inclusos os Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Japão, Suíça, Israel, Macau e Hong Kong – representa apenas 13% da população mundial.
“Pensar que podemos preservar os ricos e deixar os pobres sofrerem é um erro estúpido”, reiterou Guterres.
O mais alto representante das Nações Unidas também criticou a falta de unidade durante a pandemia. “Cada país adotou sua própria estratégia e vemos os resultados: o vírus progrediu em todos os lugares”, disse.
Segundo Guterres, o gerenciamento inadequado do novo coronavírus nos países em desenvolvimento não gera só problemas locais, mas globais. A inédita capacidade de propagação da Covid-19 pode fazer com que todos os países voltem a contabilizar casos, mesmo após o controle.
O repique de casos já ocorreu em países como a Nova Zelândia e o Vietnã, que viram novos casos depois de se considerarem livre do coronavírus”.
“É absolutamente essencial que a vacina seja considerada um bem público global. [Espero] que não tenhamos uma competição de países tentando conseguir o maior número possível de vacinas para si próprios e esquecendo aqueles que têm menos recursos”, pontuou.
Prioridades
O reinício das atividades econômicas deve se basear nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, afirmou Guterres. Com a Covid-19, os governos de todo o mundo gastam trilhões para conter os danos. “Se formos gastar tudo isso, vamos fazê-lo de forma sustentável”, afirmou.
Neste sentido, a pandemia também pode ser encarada como uma oportunidade de repensar rumos econômicos e sociais tomados antes do surgimento do novo coronavírus.
Ao final da entrevista, o secretário-geral da ONU ressaltou a necessidade de ampliar o multilateralismo e frisou pontos centrais que devem ser tratados como prioridade na Assembleia Geral das Nações Unidas. Entre eles, um cessar-fogo universal até o fim da pandemia, uma vacina contra a Covid-19 para todos e a redução de emissão de carbono até 2050.
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