A OMM (Organização Meteorológica Mundial) cobra uma ação urgente para melhorar a gestão dos serviços de água e “aumentar os investimentos nesta commodity preciosa”. A agência lançou nesta terça-feira (5) o relatório “O Estado dos Serviços Climáticos 2021: Água”, lembrando que a mudança climática tem causado cada vez mais eventos em extremos opostos, como enchentes e secas.
Desde 2000, houve aumento de 134% dos desastres ligados a enchentes, enquanto a duração das secas aumentou 29%. O número de pessoas sofrendo com essas situações apenas aumenta, enquanto a gestão, a previsão do tempo e os sistemas de alerta ainda são inadequados.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, declarou que o aumento das temperaturas está causando mudança nos padrões de chuvas e nas temporadas agrícolas. Com isso, o impacto para a segurança alimentar e a saúde humana é muito grande.
Taalas lembrou que eventos extremos do clima ligados à água, como enchentes excessivas no Japão, na China, na Indonésia e no Nepal tem sido cada vez mais constantes. Milhões de pessoas ficaram desalojadas e centenas morreram.
Na Europa, cheias “catastróficas” causaram também muitas mortes e destruição de propriedades. Ao mesmo tempo, o chefe da OMM destacou que “a falta de água continua sendo um enorme problema em vários países, principalmente na África”.
Mais de 2 bilhões de pessoas no mundo sofrem com a falta de acesso à água potável e ao saneamento adequado. Petteri Taalas foi enfático ao dizer que o mundo precisa “acordar para a iminente crise de água”.
Dados do relatório mostram ainda que em 2018, 3,6 bilhões de pessoas enfrentaram acesso inadequado à água por pelo menos um mês no ano. Mas, até 2050, a expectativa é de que 5 bilhões sejam afetadas.
Nos últimos 20 anos, a reserva de água territorial, ou seja, a quantidade de água obtida com umidade nos solos, no gelo e na neve, diminuiu cerca de 1 cm por ano. As principais perdas ocorreram na Antártida e na Groenlândia.
A OMM revela que a situação é ainda pior, pois apenas 0,5% da água na Terra está fresca e pronta para o consumo. Com isso, o mundo está muito atrás do prazo para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 6, que prevê acesso à água e ao saneamento para todos.
No relatório, são listadas diversas recomendações aos governos. Entre elas estão investimentos em recursos integrados de gestão da água, em sistemas de previsão de secas e de enchentes, especialmente nos países menos desenvolvidos e ampliação dos dados sobre serviços climáticos no setor de água.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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