Um ataque suicida matou ao menos três pessoas e deixou inúmeros feridos em Mogadíscio, capital da Somália, no início da noite de terça-feira (12). A ação do homem-bomba ocorreu em um movimentado restaurante do distrito de Yaqshid, de acordo com a rede somali SMN.
“O homem-bomba explodiu em frente a um restaurante frequentado por jovens locais, matando pelo menos três pessoas e ferindo várias outras”, disse Abdifatah Hassan, um oficial de polícia local.
Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, mas a ação remete as outras semelhantes empreendidas pelo Al-Shabaab, grupo extremista ligado à Al-Qaeda. Na mais recente delas, no final de setembro, um carro-bomba explodiu em um posto de controle de segurança próximo ao palácio presidencial de Mogadíscio e matou oito pessoas.
À época, os extremistas confirmaram a autoria do ataque através de um breve comunicado. “Os mujahideen (guerrilheiros islâmicos) realizaram uma operação de martírio visando ao principal posto de controle de segurança do palácio presidencial”, dizia o texto.
Segundo uma testemunha, o carro-bomba chegou a parar no posto de controle de segurança antes de explodir. “Eles normalmente param para verificar e liberar os veículos antes que eles possam passar pelo posto de controle. Este carro foi parado pelos seguranças e disparou enquanto vários outros carros e pessoas passavam na estrada próxima. Eu vi feridos e mortos sendo carregados”, disse Mohamed Hassan.
Por que isso importa?
O Al-Shabbab chegou a controlar a capital Mogadíscio até 2011, quando foi expulso de lá pelas forças da União Africana. Atualmente, controla territórios nas áreas rurais da Somália e luta para derrubar o governo nacional.
O grupo concentra seus ataques no sul e no centro do país. As atividades envolvem ataques a órgãos e oficiais do governo e a entidades de ajuda humanitária, além de extorsão contra a população local e proteção de terroristas internacionais que se escondem no país.
Dados apontam que os extremistas estiveram em mais de 400 episódios violentos no país entre julho e setembro do ano passado – o maior número desde 2018.
O confronto, porém, atualmente pende para o lado do exército. O objetivo dos militares é reconquistar territórios vitais para a economia do país, numa ofensiva que já dura cinco meses e é comandada pelo general Odowaa Yusuf Rageh. Em determinadas missões, ele faz questão de liderar pessoalmente os militares.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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