Oficiais de polícia de Angren, cidade no leste do Uzbequistão, são acusados de forçar homens muçulmanos a rasparem suas barbas, de acordo com a RFE (Rádio Free Europe).
Os homens são detidos por policiais, levados à delegacia e obrigados a raspar suas barbas. “A polícia nos avisou que, se não fizéssemos isso por conta própria, eles fariam à força”, disse um morador da cidade. “Eles nos fotografaram antes e depois de cortar a barba”.
A prática, porém, não engloba todos os homens com barbas. Somente os muçulmanos. “Quando perguntamos aos policiais onde está a lei que proíbe barbas, eles disseram que ‘nossas barbas são diferentes das outras barbas’”, alegou outro habitante local.
Perseguição religiosa
A prática é antiga e constantemente criticada por organizações de direitos humanos. No Uzbequistão, há inúmeros relatos de casos semelhantes nos últimos anos, como forma de tentar combater o radicalismo islâmico.
“A barba é uma questão pessoal, e é errado perseguir alguém or forçá-lo a se barbear. Porém, no nosso país a barba é um sinal de radicalismo islâmico, e homens com barba sofrem preconceito”, disse Abdurakhman Tashanov, do grupo de direitos humanos Ezgulik.
Questionadas, autoridades uzbeques negam que o ato seja perseguição religiosa. A justificativa é de que a exigência serve apenas para que “a aparência dos homens seja compatível com aquela que aparece em seus documentos”.
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