A crise provocada pela pandemia da Covid-19 atrasou a economia global em US$ 12 trilhões, estimou a Swiss Re, instituição financeira especializada em resseguros, em uma conferência financeira promovida pela Bloomberg nesta quarta (11).
De acordo com o CEO Christian Mumenthaler, o surto global do novo coronavírus não foi exatamente uma crise rara, mas custou caro. “A pandemia não foi uma surpresa, mas sim a reação da sociedade. Por causa dos bloqueios rígidos, perdemos US$ 12 trilhões em produção desde o começo do ano”.
O alto valor perdido já representa um sinal de alerta às instituições financeiras da Europa. O CEO da Allianz, Oliver Baete, estima um risco crescente na economia por conta da redução de investimentos.
Segundo Baete, a economia pós- Covid-19 está prestes a viver um “choque gigantesco” à medida que empresas e consumidores se mostram menos dispostos a investir no futuro.
A instituição perdeu 1,3 bilhão de euros nos primeiros nove meses de 2020 – grande parte pela não contratação de seguros de vida. “Estamos enfrentando um cenário mais tímido, em que consumidores e empresas relutam em pensar no futuro. Isso torna tudo mais volátil”, apontou.
O aumento dos empréstimos também preocupa. “Sabemos que haverá problemas, mas ninguém está falando sobre como vamos lidar com essas dívidas”, disse Mumenthaler, da Swiss Re.
Em fevereiro, a dívida global atingiu o recorde histórico de US$ 253 trilhões – cerca de R$ 1,35 quatrilhão. Com a pandemia, no entanto, a estimativa é que os números atualizados apresentem um débito muito maior, estima o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Otimismo por vacina
A economia pode apresentar uma recuperação resiliente a partir da vacinação contra o novo coronavírus, afirmou a diretora do Deutsche Bank para as Américas, Christiana Riley.
Segundo a financista, uma onda de negociações veio à tona após notícias sobre o andamento das pesquisas das doses imunizatórias desde o final de outubro.
Os acordos para a produção de vacinas serão conduzidos pelos países enquanto as instituições financeiras buscarão por “proteções estruturais” a empréstimos. Além disso, a clareza nos resultados das eleições dos EUA também abrem espaço para mais otimismo nas negociações.
Riley prevê uma abordagem centrista do recém eleito Joe Biden na política para o setor bancário. “Tenho certeza de que estaremos modulando de volta para o meio”, apontou ela, em referência às políticas da era Donald Trump.
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