Em visita a Síria nesta segunda (7), o vice-primeiro-ministro da Rússia, Yuri Borisov, negocia a assinatura de um pacto econômico entre os dois países, informou a agência de notícias Associated Press.
O objetivo é desviar a Síria das sanções dos Estados Unidos que, de acordo com Borisov, estão “estrangulando” sua população.
Espera-se que o pacto seja assinado até dezembro deste ano, após a visita de Borisov e do chanceler russo Sergei Lavrov a Damasco. A delegação russa se encontrou com o mandatário, Bashar al-Assad, na capital.
O acordo incluirá mais de 40 projetos no setor de energia, como a reconstrução de usinas e extração de petróleo extraterritorial.
“A Síria não tem controle sobre a maioria das áreas ricas em petróleo e terras agrícolas. É isso que impede o avanço das fontes de receita”, argumentou Borisov.
Junto do presidente Bashar al-Assad, o representante do Kremlin culpou os EUA pelas sanções, e os curdos, povo apátrida perseguido há décadas, pela deterioração econômica do país. Após nove anos de guerra civil, a Síria enfrenta uma crise sem precedentes.
“A razão mais importante para a trágica situação na Síria é a situação devastadora [deixada] pelos EUA e a falta de vontade dos curdos em se comunicar com Damasco e entregar o controle ao governo legítimo sobre as áreas agrícolas e campos de petróleo”, opinou Borisov.
A crise da Síria se acentuou com o aprofundamento dos problemas financeiros do Líbano, parceiro comercial de longa data e casa para uma parcela significativa da população que fugiu da guerra.
A Rússia, por sua vez, contribui com o que restou do governo sírio desde 2015, quando Vladimir Putin tornou-se um forte aliado de Assad.
Com ajuda do exército russo, o aliado Irã e a milícia libanesa Hezbollah, Assad deteve a parte da rebelião armada contra seu governo. No momento, uma trégua no conflito está em vigor.
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