Após a decisão de adiar eleições locais na Etiópia, como medida de contenção do novo coronavírus, a região de Tigré, no norte do país, decidiu de forma unilateral que manterá o pleito nesta quarta (9).
A decisão, que desafia a autoridade do primeiro-ministro Abiy Ahmed, é um golpe na agenda pan-etíope que tenta conciliar mais de 80 grupos étnicos em um único país.
O governo de Tigré informou que “qualquer decisão federal de parar ou interromper a eleição será análoga a uma declaração de guerra”.
A comunicado seria a resposta à capital, Adis Abeba, de que os eleitos seriam considerados ilegítimos, informou o britânico “Financial Times“.
A região de Tigré, na fronteira com a Eritreia, reclama parte do poder considerado perdido desde a ascensão de Ahmed, em 2018. O premiê vem de Oromia, região centro-sul do país, onde fica a capital.
O partido Frente de Liberação do Povo Tigré foi, entre 1991 e 2018, uma das agremiações políticas mais influentes do país.
Ahmed, agraciado com o Nobel da Paz de 2019 pela conclusão de um acordo que encerra o conflito na fronteira com a Eritreia, advoga por uma orientação pan-etíope vista com restrições pelas lideranças regionais.
O motivo seria a diminuição da autodeterminação das dezenas de grupos étnicos espalhados pelo território.
Nesta segunda (7), autoridades etíopes chegaram a impedir a ida de jornalistas para Mekele, principal cidade de Tigré. O governo impediu a viagem de repórteres estrangeiros, colaboradores de veículos como o “The New York Times”, informou o The East African.
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