Uma onda de violência recorde causou a morte de 307 pessoas entre abril e agosto na capital do Haiti, Porto Príncipe, informou um relatório parcial divulgado pelo portal Acento na última sexta (11).
São quase duas mortes violentas por dia apenas em sete cidades da região metropolitana da capital do país, o mais pobre das Américas. Moram ali cerca de 2,5 milhões de pessoas.
O aumento da insegurança vem das gangues armadas, que se espalham pelos territórios. “Os atos de violência são cada vez mais repugnantes”, disse a coordenadora da Cejilap (Comissão Episcopal de Justiça e Paz), Jocelyne Colas Noel.
De acordo com o relatório parcial, o maior volume de mortes violentas foi em julho, com um acúmulo de 104 vítimas. Entre abril e junho, 152 pessoas morreram e, em agosto, 51.
O estudo tem base nas investigações oficiais, denúncias e informações veiculadas na mídia local.
A polícia afirma que as investigações avançam e vários já foram presos pelos ataques.
Protestos antiviolência
Em resposta ao recorde de mortes, a sociedade civil se reúne em protestos para reivindicar mais segurança à capital e região metropolitana do Haiti.
Nesta segunda (14), a polícia haitiana paralisou Porto Príncipe para conter manifestações violentas contra os crimes no país, informou a agência EFE.
Além do volume de mortes, a população reivindica respostas pela morte do presidente da Ordem dos Advogados de Porto Príncipe, Monferrier Dorval, no dia 28 de agosto.
Dorval foi assassinado em local próximo a residência do presidente haitiano, Jovenel Moise. O caso gerou indignação e acusações de que Moise teria ordenado o crime.
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