A deterioração nas relações entre Estados Unidos e China foi o principal motivo para a renúncia do embaixador norte-americano, Terry Branstad, à liderança das relações diplomáticas em Beijing, informou nesta segunda (14) o jornal “The New York Times”.
Apoiador do presidente Donald Trump e ex-governador do estado de Iowa, Branstad anunciou que deixará a embaixada em outubro. O diplomata está em Beijing desde 2017.
Chegou ao comando do posto prometendo reforçar laços com o presidente chinês, Xi Jinping, que conhece desde 1985. Branstad e o Xi se conheceram durante uma viagem de funcionários da burocracia do Partido Comunista da China aos EUA.
O relacionamento pessoal, no entanto, não foi o suficiente para afastar os conflitos entre os dois países.
No comunicado, Branstad citou que participou da tênue trégua na guerra comercial entre os dois países, em janeiro de 2019. O embaixador também teve papel nas tratativas para cortar o comércio ilegal do analgésico fentanil, hoje usado de forma indiscriminada nos EUA.
Agora, rever as relações será essencial, afirmou o embaixador, que não é diplomata de carreira. “Estamos reequilibrando a relação China-EUA para que possa alimentar crescimento positivo em ambos os países”, escreveu.
De acordo com o “Times”, o principal jornal do Partido Comunista, “People’s Daily” se recusou a publicar um artigo de opinião de Branstad na última semana. A decisão gerou mal-estar junto ao Departamento de Estado.
“A resposta expõe o medo da liberdade de expressão e do debate intelectual sério, além da hipocrisia de Beijing quando reclama da falta de tratamento justo e recíproco em outros países”, dizia a mensagem do Departamento.
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