Milhares saíram às ruas na província chinesa da Mongólia Interior para protestar contra a nova política de Beijing que prevê a redução do ensino da língua mongol nas escolas. As manifestações começaram no último sábado (29), informou o jornal norte-americano “The New York Times”.
O objetivo da China é substituir aos poucos o mongol pelo mandarim em três matérias no ensino fundamental e médio da região, ao norte do país. “Se aceitarmos o ensino em chinês, nossa língua mongol morrerá”, disse a mãe de dois alunos, na cidade de Xilinhot.
Nos protestos, pais e alunos mostravam páginas do livro em chinês que será implantado, sem nenhuma referência à língua do grupo étnico.
O governo de Xi Jinping já aprovou o novo método como parte de um esforço de padronização do currículo escolar chinês. A nova política estabelece que a língua mongol deve ser ensinada, mas reduzida.
Além dos protestos, os mongóis também organizaram petições com centenas de assinaturas, que se espalharam pelas redes sociais.
Padronização
Na segunda (31), o escritório regional de educação da Mongólia Interior emitiu prometeu limitar as mudanças a apenas três disciplinas: língua e literatura, política e história. “O sistema de educação bilíngue existente não mudou”, disse o comunicado.
A tentativa de padronização preocupa os mongóis. Há o receio de que o crescente domínio chinês na região se estabeleça em definitivo por meio das novas gerações que acessam a escola.
Políticas semelhantes vem sendo adotadas em Xinjiang, província no extremo oeste da China. As comunidades uigures, povo de religião muçulmana e língua de origem túrquica, têm sofrido investidas sistemáticas de apagamento cultural.
“Quando você liga a televisão, é tudo chinês, até mesmo os desenhos animados”, disse uma mãe ao jornal norte-americano. “Não precisamos nos preocupar com o fato de nossos filhos não aprenderem chinês.”
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