Um relatório do Pentágono, divulgado nesta terça (1), aponta que a China planeja dobrar seu arsenal nuclear na próxima década. Outras áreas militares já igualaram ou até superaram a norte-americana, como a engenharia naval e de mísseis.
Beijing também almeja ter, em cinco anos, cerca de 200 ogivas para mísseis balísticos intercontinentais. A meta é criar capacidade de ameaçar os EUA, indica o material, enviado ao Congresso norte-americano.
Os chineses investem em um “sistema tríplice” de competências nucleares, aponta o documento, elaborado pelo Departamento de Defesa.
Além do desenvolvimento de tecnologias de alcance intercontinental e de arsenal nuclear, o Exército local também aposta em capacidades nucleares de uso marítimo e em terra.
Política mira longo prazo
A China deve continuar nos próximos anos a política de Estado de aumentar os investimentos em defesa em uma proporção superior à do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
Em 2019, o país investiu – oficialmente – US$ 174 bilhões em defesa, ante US$ 685 bilhões dos EUA. Contudo, a cifra oficial omite despesas de pesquisa e desenvolvimento e compras de armas estrangeiras. Com esses valores, o investimento supera os US$ 200 bilhões.
Os responsáveis pelo relatório alertam para uma possível invasão chinesa a Taiwan, caso a ilha busque formalizar sua independência.
A chamada “província rebelde” é na prática independente desde a revolução comunista, em 1949. Para a China, reincorporar a ilha de Formosa a seu território é ponto não negociável de política externa.
As constatações do Departamento de Defesa reiteram preocupações dos EUA a respeito da resistência chinesa a negociar adesão nos tratados de não-proliferação nuclear com Washington e Moscou.
Na Ásia, Beijing tem expandido sua área de influência no Mar da China Meridional. Ilhas artificiais e bases têm sido construídas em águas internacionais, contrariando vizinhos como Filipinas e Vietnã.
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