Após um longo período de entraves políticos, o parlamento da Hungria aprovou na segunda-feira (27) a candidatura da Finlândia para aderir à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). As informações são da rede France 24.
A medida, aprovada com 182 votos a favor e seis contra, veio depois de Budapeste ter frustrado os planos durante meses dos aliados da Otan e da União Europeia (UE) ao adiar repetidamente a votação depois que 28 dos 30 Estados da aliança ratificaram as mudanças do tratado em seus parlamentos nacionais, a fim de aprovar aceitação tanto da Finlândia quanto da Suécia.
No ano passado, o Fidesz, partido político nacional-conservador e populista húngaro, o mesmo do presidente Viktor Orbán, bloqueou a introdução de uma moção no parlamento que aceleraria uma votação sobre o processo de adesão à Otan para ambos os postulantes. O movimento gerou críticas por parte da oposição.
Agora, 29 dos 30 parlamentos dos Estados-membros da Otan ratificaram a adesão da Finlândia, restando a Turquia – onde o presidente Recep Tayyip Erdogan vem se mostrando um obstáculo nas pretensões dos postulantes –, que também deve dar o aval a Helsinque no próximo mês.
Finlândia e Rússia compartilham uma fronteira de cerca de 1.340 quilômetros, a mais longa entre os países da UE com o território russo. Com a entrada de Helsinque, a aliança militar praticamente dobrará a extensão da atual fronteira do bloco com seu inimigo da era da Guerra Fria.
Embora a aprovação da Hungria tenha sido recebida com alívio em Helsinque e em outros lugares, a adesão à Otan para a Suécia permanece no ar, já que membros do partido governista húngaro insistiram que esperarão que Estocolmo esclareça as divergências persistentes antes de irem à votação.
Mesmo que Orban há muito sinalize o apoio de seu país à expansão da Otan, seu governo acusa políticos suecos e finlandeses de contarem “mentiras flagrantes” sobre a condição da democracia húngara, o que deixou alguns parlamentares do partido governista inseguros sobre apoiar ou não a adesão.
Diante desse cenário, o Fidesz anunciou que irá decidir sobre o apoio à admissão dos suecos à aliança militar em uma data posterior.
Os governos sueco e finlandês abandonaram suas políticas de longa data de não alinhamento militar e solicitaram a adesão após as tropas de Putin invadirem a Ucrânia em fevereiro.
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