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quinta-feira, 9 de março de 2023

Facção do Estado Islâmico é suspeita de ataque que matou mais de 40 na RD Congo

Um ataque atribuído ao grupo extremista ADF (Forças Democráticas Aliadas, da sigla em inglês), ocorrido na noite de quarta-feira (8), pelo horário local, deixou mais de 40 civis mortos na República Democrática do Congo (RDC). A informação foi divulgada por autoridades locais e reproduzida pela rede France 24.

As ADF se apresentam como o braço do Estado Islâmico (EI) na África Central e têm se tornado o grupo extremista mais violento na porção leste da RD Congo.

Os alvos do mais recente ataque foram duas aldeias na província de Kivu do Norte, que ultimamente ainda enfrenta a insurgência do M23 (Movimento 23 de Março), um milícia formada por tutsis congoleses e supostamente apoiada pelo governo de Ruanda.

De acordo com uma testemunha, identificada como Kalunga Meso, 38 pessoas foram mortas na aldeia de Mujkondi, com mais oito vítimas em um ataque posterior em Mausa. “É a desolação total”, afirmou.

Outra fonte deu informação semelhante, relatando 37 mortes no primeiro ataque e oito no segundo. Os números, porém, carecem de apuração independente.

Militares da operação de paz da ONU prestam apoio a civis em meio a aumento da violência em Kivu do Norte, RD Congo, abril de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/Monusco)
Por que isso importa?

As ADF constituem uma organização paramilitar originária de Uganda acusada de estar por trás de milhares de mortes nos últimos anos. O grupo nasceu em 1995, como oposição ao presidente Yoweri Museveni, e tem atuando majoritariamente em áreas remotas. Com o tempo, a facção ultrapassou a fronteira e passou a agir também na RDC.

O grupo foi colocado na lista de sanções financeiras por Washington, classificado como terrorista, e declarou publicamente ser um braço do EI, que por sua vez assumiu a responsabilidade por alguns de seus ataques.

No começo de maio de 2021, o governo congolês decretou lei marcial em Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri, de modo a estancar a violência atribuída aos rebeldes. Porém, o número de civis mortos só cresceu, com relatos também de sequestros e saques realizados pelos insurgentes.

Cerca de três meses depois, em agosto do ano passado, o atual presidente congolês, Felix Tshisekedi, declarou que forças especiais dos Estados Unidos seriam enviadas à região a fim de estudar a viabilidade de instalação de uma unidade antiterrorismo para o enfrentamento da violência islâmica. Quase seis milhões de pessoas estão deslocadas internamente devido à violência.

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