O Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria de um grande ataque na República Democrática do Congo que matou ao menos 35 pessoas identificadas como “cristãos” pelos insurgentes. As informações são da agência Associated Press (AP).
O EI usou sua agência de notícias oficial, a Aamaq, para assumir a autoria das mortes, dizendo que combatentes portando armas de fogo e facas mataram moradores do vilarejo de Mukondi, na província de Kivu do Norte.
Além das mortes, a organização terrorista diz que incendiou as casas da população local, tendo publicado fotos da destruição para comprovar a alegação.
O grupo extremista ADF (Forças Democráticas Aliadas, da sigla em inglês), que se diz o representante do EI na RD Congo, foi localmente responsabilizado pelas ações.
“Como você vê em Mukondi, é sempre o mesmo. As ADF são sempre mal intencionadas contra os congoleses”, disse o coronel Charles Ehuta Omeonga, das forças armadas da RD Congo. “Perdemos muitos de nossos irmãos”, completou.
As autoridades congolesas também responsabilizaram as ADF por outro ataque, este no sábado (11), que deixou 19 mortos e muitas casas incendiadas na cidade de Kirindera.
De acordo com Carly Nzanzu, ex-governador de Kivu do Norte, homens armados atacaram os moradores. Nem as ADF nem o EI, porém, fizeram menção específica a esse ataque ao citarem as 35 mortes.
Por que isso importa?
As ADF são uma organização paramilitar originária de Uganda acusada de estar por trás de milhares de mortes nos últimos anos. O grupo nasceu em 1995, como oposição ao presidente Yoweri Museveni, e tem atuando majoritariamente em áreas remotas. Com o tempo, a facção ultrapassou a fronteira e passou a agir também na RD Congo.
O grupo foi colocado na lista de sanções financeiras por Washington, classificado como terrorista, e declarou publicamente ser um braço do EI, que por sua vez assumiu a responsabilidade por alguns de seus ataques.
As ADF são acusadas de realizar massacres, sequestros e saques, com um número de mortos estimado em milhares. No começo de maio de 2021, o governo congolês decretou lei marcial em Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri, de modo a estancar a violência atribuída aos rebeldes. Porém, o número de civis mortos só cresceu.
Cerca de três meses depois, em agosto do ano passado, o atual presidente congolês Felix Tshisekedi declarou que forças especiais dos Estados Unidos seriam enviadas à região a fim de estudar a viabilidade de instalação de uma unidade antiterrorismo para o enfrentamento da violência islâmica.
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