As forças de segurança da Nigéria reportaram na quinta-feira (9) um ataque extremista que deixou 25 pescadores mortos no nordeste do país africano, área dominada por insurgentes islâmicos ligados ao Boko Haram e ao ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental). As informações são da agências Associated Press (AP).
O alvo dos insurgentes foi Mukdolo, um antigo vilarejo de pescadores no Estado de Borno. Abdu Umar, chefe de polícia local, diz que a violenta ação ocorreu na quarta-feira (8), e no dia seguinte os corpos das vítimas já haviam sido recuperados e enterrados.
“Não há nenhum ser humano naquele lugar, porque foi abandonado. Mas os aldeões de Dikwa vão lá para pescar. Infelizmente, desta vez, o Boko Haram cercou o local e matou 25 deles, e nove escaparam”, disse Umar, enquanto os moradores falam em mais de 30 mortos.
De acordo com Abba Modu, um agente local de segurança, os extremistas teriam alertado os moradores para que não se aproximassem do rio, que fica próximo à floresta de Sambisa, um tradicional reduto da facção extremista ligada à Al-Qaeda.
“O povo do Boko Haram disse que agora é dono do rio, e nenhum aldeão teria permissão para pescar lá, exceto seus membros”, disse ele.
Por sua vez, o governo nigeriano, através do porta-voz da Defesa Musa Danmadami, diz que uma grande operação de contraterrorismo está em andamento no país, com dezenas de terroristas mortos e mais de 1,3 mil presos nas últimas semanas.
Por que isso importa?
Terroristas do Boko Haram lutam para criar um califado islâmico no nordeste nigeriano. A ação já se espalhou para países vizinhos como Camarões, Chade, Níger e Benin, com assassinatos regulares, queima de mesquitas, igrejas, mercados e escolas e ataques a instalações militares.
Ultimamente, porém, o grupo passou a colecionar derrotas. Em junho de 2021, militantes do Boko Haram gravaram um vídeo no qual confirmaram a morte de Abubakar Shekau, seu notório ex-comandante.
Shekau morreu no dia 19 de maio, em um confronto com jihadistas do ISWAP na floresta de Sambisa. “Shekau detonou uma bomba e se matou”, disse um militar nigeriano à época, em áudio ouvido pelo “Wall Street Journal”.
Formado por dissidentes do Boko Haram, o ISWAP se afastou de Shekau em 2016 e passou a se concentrar em alvos militares e ataques de alto perfil, inclusive trabalhadores humanitários. Depois da morte de Shekau, informações sugerem que houve uma aproximação entre os dois grupos, algo jamais confirmado oficialmente.
O Programa de Desenvolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas) estima que o conflito entre jihadistas e militares na Nigéria resultou em mais de 30 mil mortes diretas, além de outras mais de 300 mil mortes por causas indiretas.
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