Após mais de duas toneladas de urânio natural serem dadas como desaparecidas na Líbia pelo órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, da sigla em inglês), forças rebeldes no leste do país arrasado pela guerra afirmaram ter localizado o material nesta quinta-feira (16). As informações são da rede alemã Deutsche Welle (DW).
A informação foi dada pelo general Khaled al-Mahjoub, que lidera a divisão de comunicações das forças do general renegado Khalifa Haftar, líder do autoproclamado Exército Nacional da Líbia contra o governo de Trípoli. Segundo ele, os dez barris de urânio foram recuperados “a apenas cinco quilômetros” do depósito onde estavam armazenados, no sul do país.
Anteriormente, o diretor da AIEA, Rafael Grossi, havia dito que cerca de 2,3 toneladas de urânio natural haviam desaparecido de um local na Líbia que não estava sob controle do governo.
“A perda de conhecimento sobre a localização atual do material nuclear pode apresentar um risco radiológico, bem como preocupações de segurança nuclear”, afirmou ele em comunicado emitido aos Estados-Membros da ONU (Organização das Nações Unidas).
Os inspetores da AIEA queriam visitar o local em que o material estava armazenado no ano passado, mas a viagem teve de ser adiada em consequência dos combates entre milícias líbias rivais.
A Líbia vive uma guerra civil desde a derrubada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) do ditador Muammar Gaddafi, em 2011. A nação está dividida em duas: de um lado, as regiões ao leste são controladas por Haftar. A oeste, o governo internacionalmente reconhecido mantém seu domínio.
Em 2003, o governo de Gaddafi, que havia obtido centrífugas capazes de enriquecer urânio para uma bomba nuclear, desmontou seu programa de armas nucleares, no qual fez poucos avanços, e anunciou a entrega de seus estoques de armas biológicas e químicas.
Muitos governos e grupos estrangeiros têm disputado influência na Líbia desde a queda de Gaddafi. Entre eles a organização paramilitar russa Wagner Group – que teve exposta a participação na guerra civil libanesa após um tablet perdido revelar a conexão – e militantes do Estado Islâmico (EI).
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