Pelo menos 28 imigrantes morreram no domingo (26) depois que dois barcos afundaram na costa da Tunísia enquanto tentavam cruzar o Mediterrâneo para a Itália, disseram autoridades italianas. Para fugir do conflito e da pobreza na África e no Oriente Médio, milhares de pessoas têm encarado a perigosa travessia nos últimos anos. As informações são da rede CNN.
Uma série de naufrágios de barcos migrantes ocorreu na costa tunisiana nos últimos dias, com cinco afundando da metade da semana passada em diante. Em apenas um afundamento, pelo menos 20 migrantes morreram e mais de 60 pessoas seguem desaparecidas.
Enquanto isso, a guarda costeira italiana disse ter coordenado o resgate de 3.300 pessoas de 58 barcos em perigo nas últimas 48 horas. A maioria dos resgates foi realizada em barcos indo da Tunísia para Lampedusa, a ilha italiana mais próxima da África.
As autoridades italianas na ilha de Lampedusa disseram estar sobrecarregadas no domingo após registrar um recorde de 2.500 migrantes que desembarcaram desde sábado (25). Pela lei internacional do mar, os países têm o dever de proteger os indivíduos em perigo mesmo que a embarcação não esteja na jurisdição do país.
A primeira-ministra italiana de extrema-direita, Giorgia Meloni, alertou que a Europa corre o risco de ver uma enorme onda de refugiados chegando em suas costas.
A Tunísia se tornou um centro para migrantes que desejam chegar à Europa, com dados da ONU (Organização das Nações Unidas) mostrando que pelo menos 12 mil migrantes que desembarcaram na costa da Itália este ano partiram da Tunísia. Esse número foi de apenas 1.300 no mesmo período do ano passado.
Dados do Fórum Tunisiano para os Direitos Sociais e Econômicos mostram que a guarda costeira da Tunísia impediu que mais de 14 mil migrantes embarcassem em barcos durante os primeiros três meses deste ano, em comparação com 2.900 no mesmo período do ano passado.
A Tunísia substituiu a Líbia como principal ponto de partida para pessoas que fogem da situação de miséria e do extremismo na África e no Oriente Médio em busca de melhores condições de vida no continente europeu.
Em um discurso que gerou polêmica em fevereiro, o presidente da Tunísia, Kais Saied, acusou os migrantes da África subsaariana que vivem no país de serem responsáveis por uma onda de crimes. O líder tunisiano ainda os descreveu como “uma ameaça demográfica”.
A fala de Saied foi fortemente criticada pela União Africana (UA), sendo denunciada como “discurso de ódio racista” por grupos de direitos humanos.
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