O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse nesta sexta-feira (31) que sua visita oficial à China lhe permitiu aprofundar os laços bilaterais e encorajar Beijing a apoiar a Ucrânia contra a “agressão ilegal” da Rússia. As informações são da rede TVP World.
Em sua reunião com o presidente chinês Xi Jinping, Sanchez disse que compartilha o apoio da Espanha ao plano de paz da Ucrânia – não da China – e encorajou o líder chinês a conversar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Há quem assuma que o século 21 será fragmentado, dividido e marcado por conflitos. Achamos que isso não beneficiará ninguém”, disse Sánchez. “Portanto, em vez de protecionismo, a Espanha sempre defenderá a abertura aos parceiros”.
A visita de dois dias ocorre no momento em que a Espanha se prepara para assumir a presidência rotativa da União Europeia (UE) em julho, o que também servirá para projetar o país no cenário mundial.
“O futuro pode ser de prosperidade e cooperação internacional, e acho que esta visita à China está nos ajudando a construir isso”, continuou ele.
Quando questionado por repórteres para compartilhar a posição de Xi sobre a Ucrânia, Sánchez se recusou a oferecer quaisquer detalhes.
Zelensky convidou Xi para visitar a Ucrânia durante uma entrevista na terça-feira (28) concedida à agência Associated Press (AP).
“Estamos prontos para vê-lo aqui”, disse Zelensky. “Quero falar com ele. Tive contato com ele antes da guerra. Mas durante todo esse ano, mais de um ano, não tive”.
Xi discutiu o conflito com seu assim chamado “querido amigo”, o presidente russo, Vladimir Putin, durante uma visita de Estado a Moscou na semana passada. Durante o encontro, a China fez um pedido de desescalada e cessar-fogo no conflito no Leste Europeu, mas as conversas não mostraram progresso em como acabar com a guerra.
Kiev saudou o envolvimento diplomático da China, mas Zelensky disse que só irá considerar acordos de paz depois que as tropas russas deixarem o território ucraniano.
Diálogo
O primeiro-ministro espanhol também realizou reuniões separadas com o primeiro-ministro chinês Li Qiang e o principal legislador Zhao Leji na sexta-feira.
Como resultado, Espanha e China decidiram reiniciar o diálogo de alto nível iniciado em 2018, expandir a Embaixada da Espanha em Beijing e reiniciar a comissão de cooperação industrial.
“A Espanha quer uma relação equilibrada e respeitosa baseada na reciprocidade que beneficie a ambos”, disse Sánchez.
Para corrigir o enorme desequilíbrio comercial entre a China e a Espanha, ele anunciou que Beijing aprovou as importações de amêndoas e caquis da Espanha.
Segundo Sanchez, isso significa que até 2025, 40% da produção de amêndoa da Espanha será exportada para a China.
O primeiro-ministro espanhol encorajou as autoridades chinesas a obterem mais aprovações semelhantes e a tornar mais fácil para as empresas espanholas fazer negócios na China.
Enquanto isso, os países concordaram que a Espanha abrirá um novo Instituto Cervantes em Xangai, tornando-o “o primeiro país com mais de um centro cultural oficial na China”, disse Sánchez.
O turismo foi outro assunto de discussão, e o primeiro-ministro espanhol anunciou que um fórum de turismo China-Espanha será realizado em junho.
Quanto ao papel na presidência rotativa do Conselho da União Europeia, Sánchez disse que a Espanha tentará unir a UE e a China em questões como direitos humanos, bem como pretende melhorar as relações comerciais simétricas.
“A relação entre a UE e a China é complicada. Mas também é muito importante”, disse.
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