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sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Ucrânia perdeu mais de dez mil soldados na guerra, diz assessor de Zelensky

Entre dez mil e 13 mil soldados ucranianos morreram no front desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro. A estimativa foi dada na quinta-feira (2) pelo conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak a uma rede de televisão local. As informações são da agência Associated Press.

Foi a primeira estatística oficial de militares do exército ucraniano mortos desde o final de agosto, quando o chefe das forças armadas falou em quase nove mil baixas. Citando fontes do alto escalão militar, Podolyak ainda observou que o número de soldados feridos é maior e a contagem de baixas civis é “significativa”.

“Temos números oficiais do Estado-maior, temos números oficiais do comando superior, e eles totalizam entre dez mil e 13 mil mortos”, disse Podolyak ao Canal 24.

Soldados das forças armadas da Ucrânia (Foto: Twitter/@DefenceU)

Em sua mais recente atualização semanal, publicada na segunda-feira (28), o escritório de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), registrou 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, mas reconheceu que sua contagem inclui apenas baixas confirmadas e provavelmente há subnotificação.

Em outubro, o principal general dos Estados Unidos, Mark Milley, estimou que os militares da Rússia viram mais de cem mil de seus soldados mortos ou feridos na Ucrânia, acrescentando que as forças armadas de Kiev “provavelmente” sofreram um nível semelhante de baixas.

Os ucranianos estão se preparando para o pior neste inverno. A infraestrutura essencial da Ucrânia, incluindo usinas elétricas e térmicas e centrais de água e esgoto, que tem sido alvo de bombardeios russos desde o início da guerra, se intensificaram consideravelmente nas últimas semanas, colocando em risco o fornecimento de energia, água potável e aquecimento. 

O país invadido também tem enfrentado violentas ofensivas da artilharia russa, foguetes e ataques de drones desde o início de outubro. O bombardeio foi especialmente intenso no sul de Kherson desde que as tropas de Vladimir Putin se retiraram de lá e o exército ucraniano recuperou a cidade, o que ocorreu há cerca de três semanas.

Por que isso importa?

A escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão russa ao país vizinho, no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em 2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano. Esses conflitos foram usados por Vladimir Putin como argumento para justificar a invasão integral, classificada por ele como uma “operação militar especial”.

“Tomei a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro. Cerca de 30 minutos depois, as primeira explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em Mariupol, no leste do país. Segundo Putin, a invasão serviria para libertar os cidadãos de etnia russa que vivem na Ucrânia sob opressão de Kiev.

No início da ofensiva, o objetivo das forças russas era dominar Kiev, alvo de constantes bombardeios. Entretanto, diante da inesperada resistência ucraniana, a Rússia foi forçada a mudar sua estratégia. As tropas, então, começaram a se afastar de Kiev e a se concentrar mais no leste ucraniano, a fim de tentar assumir definitivamente o controle de Donbass e de outros locais estratégicos naquela região. O sul ucraniano também entrou na mira, com diversas áreas agora ocupadas por Moscou.

Em meio ao conflito, o governo da Ucrânia e as nações ocidentais passaram a acusar a Rússia de atacar inclusive alvos civis, como hospitais e escolas, dando início a investigações de crimes de guerra ou contra a humanidade cometidos pelos soldados do Kremlin.

O episódio que mais pesou para as acusações foi o massacre de Bucha, cidade ucraniana em cujas ruas foram encontrados dezenas de corpos após a retirada do exército russo. As imagens dos mortos foram divulgadas pela primeira vez no dia 2 de abril, por agências de notícias, e chocaram o mundo.

Fora do campo de batalha, a Rússia tem sido alvo de todo tipo de sanções. As esperadas punições financeiras impostas pelas principais potencias globais já começaram a sufocar a economia russa, e o país tem se tornado um pária global. Desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, quase mil empresas ocidentais deixaram de operar na Rússia, seja de maneira temporária ou definitiva, parcial ou integral.

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