O governo da Índia colocou seu sistema de saúde de prontidão e alertou os indianos para o perigo que o novo surto de Covid-19 na vizinha China representa para o país. O principal temor de Nova Délhi é o de que novas variantes sujam entre os chineses e se alastrem para outras nações. As informações são da rede CNN.
Entre as recomendações feitas aos cidadãos pelo Ministério da Saúde indiano está a retomada do hábito de usar máscaras e a vacinação. Mansukh Mandaviya, chefe da pasta, afirmou ainda que nos aeroportos do país serão selecionados, aleatoriamente, 2% dos viajantes internacionais para que realizem testes de Covid.
“Os Estados foram instruídos a conscientizar as pessoas sobre [a necessidade] de usar máscaras, de desinfetantes para as mãos, de manter a higiene respiratória e do distanciamento social”, disse Mandaviya, que falou também sobre a importância das doses de reforço da vacina.
Com 1,3 bilhão de habitantes, a Índia relaxou as medidas de combate à doença no início de 2022, e o uso de máscaras pela população deixou de ser obrigatório.
Agora, porém, a preocupação tem aumentado entre os indianos, vez que a China sofre com o aumento de casos desde que deu fim à radical política Zero Covid. A partir de então, a incidência da doença no país explodiu, embora Beijing não divulgue dados confiáveis.
O governo chinês tem anunciado números conservadoramente baixos, que parecem incompatíveis com os relatos que surgem nas redes sociais, indicando hospitais superlotados e longas filas em crematórios.
Prevendo que metade dos 25 milhões de habitantes da cidade de Xangai estará infectada até o final da semana que vem, um hospital local orientou sua equipe para que esteja a postos para uma “trágica batalha”, segundo a agência Reuters.
Por meio de um post na rede social chinesa WeChat na quarta (21), o Shanghai Deji Hospital estimou que há cerca de 5,43 milhões de casos positivos na cidade, que é o principal centro comercial da China. E previu que 12,5 milhões serão infectados até o final do ano. A publicação, porém, saiu do ar pouco depois, possivelmente alvo da censura estatal.
A situação é especialmente assustadora na Índia porque o país sofreu uma segunda onda de Covid-19 que matou dezenas de milhares de pessoas em 2021, sobrecarregando o sistema de saúde. Desde então, mais de dois bilhões de vacinas foram administradas, com quase 75% da população indiana inoculada com ao menos uma dose.
Essa situação levou o ministro da saúde a tentar tranquilizar a população. “Não há necessidade de pânico. Temos três anos de experiência em gestão de pandemia. O Centro Governamental fornecerá todo o suporte para combater a Covid-19. Tomaremos medidas de acordo com as necessidades”, disse Mandaviya no Twitter.
Emphasized on the need to be alert in COVID-19 review meeting with State Health Ministers.
— Dr Mansukh Mandaviya (@mansukhmandviya) December 23, 2022
There is no need to panic. We have 3 years of experience in pandemic management. The Centre Govt will provide all the support to combat COVID-19. We will take action as per the needs. pic.twitter.com/z4QsMZMbEX
A preocupação não é somente dos indianos. O governo norte-americano também fez seguidos alertas de que o novo surto na China pode se espalhar por todo o mundo. Segundo Anthony Fauc, consultor médico da Casa Branca, o risco é justamente o que foi apontado por Nova Délhi, de que novas variantes surjam entre os chineses e posteriormente se espalhem.
A preocupação foi reforçada na segunda-feira (19) por Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA. “Vimos isso ao longo de muitas mutações diferentes desse vírus, e certamente é outra razão pela qual estamos tão focados em ajudar países ao redor do mundo a lidar com a Covid”, disse ele.
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