A Organização Internacional para Migrações (OIM) divulgou a primeira base de dados aberta ao público com perfis das vítimas e criminosos de tráfico humano, preservando o anonimato e a privacidade dos sobreviventes. A plataforma foi desenvolvida em parceria com a Microsoft e fornece informações, em primeira mão, sobre vítimas e criminosos.
O banco de dados está disponível no primeiro portal global de informações sobre tráfico humano e inclui casos da OIM de mais de 17 mil vítimas e sobreviventes identificados em 123 países e territórios, e relatos de mais de 37 mil autores que facilitaram o processo de tráfico de 2005 a 2022.
A plataforma está disponível como software de código aberto e um aplicativo gratuito que permite a criação interativa de conjuntos de dados sintéticos no navegador da internet.
A OIM destaca que a natureza das relações entre vítimas e seus agressores representa uma valiosa fonte de conhecimento para dar melhor apoio aos sobreviventes e indiciar os infratores.
A importância de ter essas informações divulgadas, publicamente, é o compartilhamento com agentes humanitários em todo o mundo para melhorar a produção de dados que preservam a privacidade e acelerar políticas baseadas em evidências na luta contra o tráfico humano.
A diretora de Apoio ao Programa e Gestão de Migração da OIM, Monica Goracci, afirma que a plataforma “é crucial para o desenvolvimento de respostas baseadas em evidências”.
Desde a criação, em 2019, de um programa de tecnologia contra o tráfico humano, a Microsoft e a OIM trabalham juntas para desenvolver e refinar uma abordagem para gerar dados dos registros de casos de vítimas confidenciais. Os resultados preservam com precisão as propriedades estatísticas dos dados originais da vítima sem representar vítimas reais.
Já o diretor da área de pesquisas da Microsoft e líder do projeto, Darren Edge, disse que, “ao proteger a privacidade e a segurança das vítimas com dados sintéticos e capacitar os formuladores de políticas para visualizar, explorar e dar sentido aos dados por meio de painéis interativos avançados”, é possível ilustrar uma das muitas maneiras pelas quais a tecnologia de pesquisa pode ajudar a coordenar e ampliar os esforços de organizações antitráfico em todo o mundo.
Segundo a OIM, essa abordagem que garante a privacidade promove contribuições sustentáveis e de longo prazo para uma base de evidências compartilhada na luta coletiva contra o tráfico. Isso possibilita o compartilhamento de mais dados e a realização de pesquisas mais rigorosas, protegendo a privacidade e a liberdades das pessoas.
A agência afirma que está empenhada em garantir que as vozes das vítimas e sobreviventes sejam ouvidas e protegidas, enquanto capacita os governos e outras partes interessadas a tomar medidas progressivas para acabar com o tráfico humano.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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