O governo da China emitiu um comunicado a seus cidadãos para que deixem o Afeganistão “o mais rápido possível”. O aviso foi divulgado na terça-feira (13), um dia após o atentado contra um hotel frequentado majoritariamente por cidadãos chineses em Cabul. As informações são da agência Associated Press (AP).
Não houve civis mortos no ataque ao Longan Hotel, que é propriedade de empresários chineses. De acordo com Taleban, três extremistas foram mortos pelas forças de segurança e dois hóspedes ficaram feridos quando tentavam fugir por uma janela. A ação foi reivindicada pelo Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), maior rival doméstico dos radicais que governam o país.
A ordem de evacuação de Beijing, que classificou o ataque como “profundamente chocante”, preocupa o Taleban. A China tem surgido como o principal potencial parceiro comercial do Afeganistão, que vê nos acordos com o país asiático a melhor oportunidade de reduzir sua grave crise econômica.
Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, cobrou uma “investigação completa” do ocorrido e instou o Taleban a adotar “medidas firmes e resolutas para garantir a segurança dos cidadãos, instituições e projetos chineses no Afeganistão”.
A embaixada chinesa em Cabul enviou uma equipe ao local do ataque para ajudar as vítimas, segundo Wang. “Em vista da atual situação de segurança no Afeganistão, o Ministério das Relações Exteriores mais uma vez aconselhou os cidadãos e instituições chinesas no Afeganistão a evacuarem o Afeganistão o mais rápido possível”, disse ele.
Relação China-Taleban
Desde que chegou ao poder, o Taleban busca reconhecimento global como governo afegão de direito. Trata-se de uma necessidade urgente, pois fortaleceria financeiramente um país pobre e sem perspectiva imediata de gerar riqueza. O Afeganistão tem bilhões de dólares em fundos congelados em bancos dos EUA, da Europa e do Oriente Médio.
A própria China não reconhece oficialmente o Taleban como governo efetivo do Afeganistão e tem dito que não pretende ser o primeiro país a tomar tal iniciativa diplomática. Porém, os governos já esboçam relações comerciais, com Beijing avaliando a possibilidade de investir bilhões no setor de mineração afegão.
No final do ano passado, o embaixador chinês no Afeganistão, Wang Yu, disse que a China também vem dando suporte ao Afeganistão no campo diplomático. “Temos falado no cenário internacional pelos países em desenvolvimento, como o Afeganistão e outros países que sofrem tratamento injusto”, disse ele.
Enquanto o reconhecimento global não ocorre, o país continua marginalizado da comunidade internacional. A razão para o isolamento global do Afeganistão é o radicalismo dos talibãs, que desde a retomada de poder trouxeram de volta punições bárbaras, como o açoitamento, amputações de membros e execuções públicas, impondo ainda uma dura repressão às mulheres.
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